Você sabe o que é o citomegalovírus e como essa infecção pode afetar cada um?
O citomegalovírus (CMV) é um vírus que, em sua maior parte, não causa grandes preocupações à comunidade médica.
Estima-se que nos países desenvolvidos cerca de 80% da população já tenha tido contato com este vírus ao longo da vida. Mas na maioria das pessoas ele não causa problemas graves e, muitas vezes, é assintomático.
Entretanto, para uma pequena parcela da população, principalmente aqueles que, por algum motivo possuem o sistema imunológico enfraquecido, o citomegalovírus pode ser mais perigoso.
Acompanhe mais sobre o assunto e descubra o que é o citomegalovírus neste artigo!
O que é citomegalovírus?
O citomegalovírus é um vírus da família Herpesviridae, que pode causar diferentes sintomas nos indivíduos, a depender principalmente do sistema imune de cada um. Ele afeta o trato respiratório de pessoas com baixa imunidade podendo causar complicações.
Já nas pessoas saudáveis ele não costuma ser danoso e pode nem mesmo manifestar sintomas.
Entretanto, mesmo inativo no organismo, ele continua lá e pode ser reativado caso haja uma baixa no sistema imune.
Inclusive, o nível de infecção depende dessa característica. Veja:
- Infecção aguda: desenvolvimento altamente produtivo;
- Infecção persistente: níveis baixos de replicação do vírus;
- Infecção latente: nesse tipo de infecção, a replicação do vírus fica estagnada, até que haja reativação – geralmente os mecanismos de reativação do vírus não são conhecidos.
Quais sintomas identificam o citomegalovírus (CMV)?
O citomegalovírus não é responsável por causar sintomas graves a princípio. Na maioria das pessoas, ocorre febre baixa e mal-estar.
No entanto, no seguintes grupos ele pode causar complicações ou sintomas mais agravados:
- pessoas com sistema imunológico enfraquecido;
- recém-nascidos que ainda não tem sua imunidade muito bem formada;
- pacientes com HIV;
- gestantes;
- transplantados;
- pessoas em tratamento de quimioterapia.
Os sintomas e complicações que podem surgir envolvem febre acima de 38ºC, cansaço e mal-estar, inchaço e barriga dolorida, aumento do baço e do fígado, aparição de linfócitos atípicos e aborto espontâneo em grávidas.
Além disso, a citomegalomononucleose – que possui sintomas parecidos com a mononucleose – é uma das principais reações causadas na fase aguda da doença.
Em pessoas com HIV/AIDS, pode ocorrer infecção na retina e consequentemente cegueira, pneumonia, comprometimento de órgãos como o fígado, além de afetar o cérebro, podendo gerar perda dos movimentos inferiores.
Outro sintoma é a aparição de úlceras no aparelho digestivo, gerando dor aguda ao paciente.
De forma ocasional, o vírus também pode causar hepatite.
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Como diagnosticar citomegalovírus?
O exame de anticorpos anticitomegalovírus, IgG e IgM pode ser feito em mulheres grávidas, imunodeprimidos e jovens adultos que apresentam indicações de que possuem a infecção pelo vírus.
Também pode ser solicitado nos casos de bebês recém-nascidos que apresentam anormalidades congênitas múltiplas, icterícia e anemia não explicadas.
Deve-se desconfiar ainda, de recém nascidos com convulsões e problemas de desenvolvimento.
O exame de cultura de urina em lactentes também pode ser solicitado. A reativação do CMV pode ocasionar a liberação do vírus na urina, em outras secreções do organismo ou em tecidos.
Isso não indica necessariamente que o indivíduo tem a doença. Pode ser que ele esteja apenas transmitindo.
Nesse caso, pode ser necessária a solicitação de uma biópsia mostrando doença induzida por CMV ou ainda detecção quantitativa de antígenos do CMV ou DNA no sangue periférico.
A carga viral elevada ou em ascensão pode ser um indicativo de doença invasiva.
Mulheres grávidas
Nas mulheres grávidas, é importante saber se a infecção é antiga ou recente. O exame pode ser útil quando a gestante tem um IgM negativo e um IgG positivo.
Significa que ela já teve contato com o vírus, mas no passado, portanto o risco para o bebê é mais baixo.
Bebês
Se for confirmado a infecção da gestante na sorologia, o feto também deve passar por investigação e para isso podem ser solicitados exames invasivos e não invasivos.
O ultrassom detecta apenas anomalias mais graves, como por exemplo, restrição do crescimento fetal, ascite e microcefalia.
Já a amniocentese é um exemplo de procedimento mais invasivo que pode ser feito a partir da 17ª semana de gestação
Principais causas de transmissão de citomegalovírus
Entender as principais causas de transmissão faz parte do entendimento sobre o que é o citomegalovírus.
Portanto, confira as principais formas de transmissão do agente causador:
- via respiratória – assim como outros vírus pode ser transmitido por tosse, espirro, salivas e secreções;
- transfusão sanguínea;
- transmissão vertical – que passa da mãe para o bebê no útero ou no recém-nascido durante o parto;
- relação sexual.
Além disso, vale destacar que o citomegalovírus não é destruído por condições ambientais. Por isso, objetos e locais contaminados também podem transmitir o vírus, ainda que de forma menos comum.
A infecção pelo citomegalovírus pode ser resultado de uma infecção primária, mas também da reativação do vírus que fica em latência no organismo.
Outra forma de infecção é quando o indivíduo adquire uma nova estirpe do vírus em outra fase da vida.
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Como tratar citomegalovírus?
O tratamento contra a infecção por citomegalovírus pode ser feito com antivirais nos casos mais graves da infecção e quando há risco para o paciente.
Entretanto, na maioria das vezes, há regressão espontânea da doença que é combatida pelo próprio sistema imune.
Os fármacos que podem ser utilizados são comumente:
- Ganciclovir ou valganciclovir
- Foscarnet, com ou sem ganciclovir
- Cidofovir
No caso das pessoas com retinite causada pelo citomegalovírus, o tratamento é feito com medicamentos antivirais sistêmicos, em esquemas de indução e manutenção.
É preciso tomar cuidado com o tempo de tratamento e a toxicidade desses medicamentos, que possuem como efeitos adversos a nefrotoxicidade, hipocalcemia sintomática, hipomagnesemia, hiperfosfatemia, hipopotassemia, efeitos no sistema nervoso central, insuficiência renal, dentre outros.
Citomegalovírus tem cura?
O citomegalovírus não tem cura e não há como remover o vírus do organismo.
No entanto, quando necessário, os medicamentos ajudam a melhorar a infecção, reduzir a carga viral e diminuir os sintomas dos pacientes.
Além disso, a maioria das pessoas não precisa nem mesmo de tratamento, pois o vírus é combatido pelo próprio sistema imune.
Já a latência do vírus no organismo é por toda a vida.
Citomegalovírus na gravidez
Agora que você já sabe o que é o citomegalovírus, vamos entender como ele age na gestante e no feto.
A infecção durante a gravidez não causa grandes problemas a gestantes, mas sim ao feto.
Como citado anteriormente, existe a infecção e a reinfecção do vírus latente.
O risco para o bebê está presente, principalmente, nos casos de infecção primária da gestante. Nessa situação, a porcentagem de bebês que nasce contaminada é de 40%.
No entanto, nos casos em que a mãe já foi contaminada previamente e se reinfectou, somente 1% dos bebês nascem contaminados.
O feto pode se contaminar já na placenta da mãe, que é o que acontece com a maior parte dos bebês.
No entanto, ele também pode ser contaminado durante o parto, ao ter contato com a secreção e sangue da mãe, ou durante a amamentação.
Quanto mais cedo o bebê é contaminado, maiores são as chances dele ser afetado gravemente pela doença.
Confira alguns dados sobre o assunto:
- 90% dos bebês contaminados durante a gravidez nascem sem sintomas;
- 15% dos bebês que possuem sintomas aparentes possuem perda de audição progressiva;
- dois terços dos recém-nascidos com infecção congênita possuem consequências neurológicas;
Os recém-nascidos contaminados podem apresentar também hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia, crescimento prejudicado, petéquias e púrpura.
Os bebês podem vir a desenvolver as formas mais graves da infecção.
IgG positivo para citomegalovírus
Muitas mulheres ficam em dúvida sobre o que é citomegalovírus na gravidez e, principalmente, o que é citomegalovírus IgG reagente, no exame de sorologia durante a gravidez.
O resultado significa apenas que a mulher adquiriu o vírus em algum momento da vida, mas não necessariamente que está com ele ativo no momento.
Outros exames serão necessários para saber se a infecção é recente e o bebê corre algum risco.
Como se proteger e principais cuidados
O citomegalovírus é um vírus altamente contagioso e é preciso relembrar os cuidados aos pacientes em relação a ele.
Um dos principais pontos de atenção são as relações sexuais, já que a doença é transmitida pelo contato com secreções infectadas.
Também é importante evitar compartilhar objetos com outras pessoas, como os talheres, por exemplo.
Já os portadores do citomegalovírus devem ter atenção redobrada com a sua imunidade, para que não desenvolvam formas mais graves da doença em caso de reinfecção.
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Conclusão
Agora que ficou claro o que é o citomegalovírus, vale aumentar os cuidados com a infecção, especialmente porque ela pode ser extremamente danosa para bebês e imunodeprimidos.
Apesar de ser assintomática ou causar apenas sintomas leves na maioria das pessoas, os grupos atingidos podem ter consequências e complicações a longo prazo.
E, embora, muitas gestantes se deparem com o resultado reagente no exame, vale lembrar que isso apenas mostra a infecção em algum momento da vida e não necessariamente doença ativa.
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