O sistema imunológico é o escudo protetor do nosso corpo, uma rede complexa e vital de células, tecidos e órgãos, que trabalham de forma coordenada para nos defender contra invasores microscópicos e manter nossa saúde em equilíbrio.
Na busca por compreender essa incrível fortaleza biológica, neste artigo mergulhamos nas profundidades da imunologia para explicar a você os mecanismos de ação, as reações às ameaças que definem nossa resposta imune.
Desde o reconhecimento e neutralização de patógenos como bactérias, vírus e parasitas, até a compreensão das abordagens terapêuticas e vacinas, aqui apresentamos os detalhes de nosso sistema de defesa.
Siga a leitura para ter uma visão esclarecedora sobre como fortalecer essa barreira essencial para o nosso bem-estar!
O que é o sistema imunológico?
O sistema imunológico é uma barreira de proteção do corpo que funciona de forma extremamente complexa e possui sua atuação voltada à defesa e combate aos microorganismos invasores que podem afetar a nossa saúde.
Ele atua por meio dos chamados glóbulos brancos ou leucócitos. Os leucócitos, por sua vez, possuem unidades menores de atuação como os linfócitos, neutrófilos e macrófagos.
Os linfócitos produzem as imunoglobulinas, que atuam na produção de anticorpos do corpo. Já os outros dois atuam como um exército de ataque e combate. Ou seja, cada vez que o sistema imunológico entra em contato com invasores prejudiciais, eles entram em ação e os eliminam.
Mas para isso, é necessário que o sistema imunológico esteja forte o suficiente para atacar e para se defender.
E apesar de os pesquisadores terem feito inúmeras descobertas sobre o sistema imunológico até agora, ainda há muito para saber, afinal estamos falando sobre a complexidade de um sistema e não de um órgão único.
Saiba também sobre a Neutropenia, condição médica caracterizada pela insuficiência de glóbulos brancos (que são essenciais para o funcionamento adequado do sistema imunológico).
Qual a função do sistema imunológico
A função do sistema imunológico abrange uma série de mecanismos complexos que visam prevenir, combater e recuperar danos causados por agentes externos, como microrganismos invasores.
Assim, a principal missão do sistema imune é evitar a entrada de fungos, vírus, bactérias e germes no corpo humano, funcionando como uma barreira inicial de defesa.
Caso essa barreira seja superada, a função do sistema imune muda para identificar o invasor e desencadear uma resposta eficaz para combater os patógenos detectados.
Este processo inclui a destruição dos invasores já estabelecidos, a prevenção de sua proliferação, a eliminação de tecidos comprometidos e a promoção da regeneração celular.
Além disso, a imunidade do organismo pode ser fortalecida ao longo da vida por meio de práticas como a vacinação, adoção de hábitos saudáveis e, em alguns casos, até mesmo pela exposição a doenças.
Portanto, manter o organismo saudável e bem nutrido é fundamental para garantir a eficiência deste sistema.
Em última análise, a função do sistema imune é preservar a saúde e o bem-estar, agindo como um guardião ativo contra ameaças que podem comprometer o equilíbrio do organismo.
Como saber se a imunidade está baixa? Entenda
Quando o sistema imunológico está fraco, o corpo começa a mostrar alguns sinais.
Confira os principais sintomas que podem surgir:
- aparecimento de feridas na boca e na região genital devido ao vírus da herpes;
- infecções frequentes e febre;
- cansaço;
- náusea, vômito e diarreia;
- infecções respiratórias, de ouvido; garganta;
- unhas quebradiças e fracas e queda de cabelo;
- pele frágil com ferimentos frequentes;
- doenças que demoram mais tempo para passar, como gripes e resfriados;
- estresse e depressão.
Além disso, existem vários exames que podem ser realizados para avaliar se a imunidade está baixa. Confira alguns deles abaixo.
- Hemograma completo: exame que analisa a contagem de glóbulos brancos, que são células do sistema imune. Uma contagem baixa pode indicar uma possível deficiência no sistema imunológico.
- Contagem de linfócitos: os linfócitos são um tipo específico de glóbulo branco e desempenham um papel central na resposta imunológica. Uma contagem reduzida de linfócitos pode indicar comprometimento imunológico.
- Dosagem de imunoglobulinas: as imunoglobulinas são anticorpos que desempenham um papel crucial na defesa do organismo contra patógenos. A avaliação dos níveis de imunoglobulinas pode revelar deficiências imunológicas.
- Avaliação de células NK (células assassinas naturais): as células NK desempenham um papel importante na destruição de células infectadas por vírus e células cancerígenas. A avaliação da função dessas células pode indicar o estado do sistema imune.
Importância do sistema imunológico fortalecido
Fortalecer o sistema imunológico é sinônimo de uma vida mais saudável, redução do número de doenças e infecções e de uma melhor qualidade de vida.
Não à toa, pessoas idosas ficam doentes de forma mais frequente, pois o sistema imunológico nessa faixa de idade não trabalha tão ativamente.
Desperta o interesse de todos nós informações que nos ajudem a melhorar a eficiência do nosso sistema imunológico.
A pesquisa de como fortalecer o sistema imunológico contra o Covid, por exemplo, foi muito buscada na pandemia.
E apesar de não ser a única forma de se proteger, estar com o sistema imunológico fortalecido é uma maneira de combater doenças, como o próprio Covid e a gripe.
O problema é que não há como fortalecer o sistema imunológico de uma hora para a outra e é necessário manter hábitos de vida saudável que envolvem diversos aspectos, como alimentação, atividade física, sono regulado entre outros.
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Tipos de imunidade
A imunidade pode ser categorizada em dois grandes grupos. Confira abaixo quais são.
1. Inata
Presente desde o nascimento, esta forma de imunidade é constantemente ativa em indivíduos saudáveis.
Ela atua de maneira rápida, prevenindo a entrada de microrganismos e combatendo aqueles que conseguem penetrar nos tecidos do hospedeiro.
Na prática, engloba barreiras físicas, químicas e biológicas, bem como células especializadas como macrófagos, neutrófilos e células dendríticas.
Neste tipo de imunidade, as moléculas solúveis, como citocinas, quimiocinas e proteína C reativa (PCR), também desempenham papel essencial, sendo produzidas principalmente em casos de infecções bacterianas.
2. Adquirida
Desenvolvida após o contato com um agente invasor, como vírus ou bactérias, este tipo de imunidade é específica para o agente em questão.
Após o contato, uma série de eventos é desencadeada, ativando determinadas células e promovendo a síntese de proteínas.
Desta forma, a imunidade adquirida divide-se em humoral e celular, sendo a humoral mediada por anticorpos produzidos pelos linfócitos-B e principal mecanismo de defesa contra microrganismos.
Já a celular, que promove a destruição de microrganismos em fagócitos ou de células infectadas, é mediada pelos linfócitos-T.
Logo, as imunidades humoral e celular atuam de maneira coordenada na defesa do organismo.
3 modalidades da imunidade
Além dos tipos, a imunidade pode ser subdividida em três modalidades. Entenda mais sobre elas.
Ativa
Desencadeada após a exposição a um microrganismo específico ou à toxina que ele produz.
É adquirida naturalmente por meio de doenças ou artificialmente por meio de vacinação, proporcionando ao organismo uma “memória” imunológica.
Passiva
Neste caso, o indivíduo recebe anticorpos já prontos para combater determinados antígenos.
A imunização passiva pode ocorrer pela transferência natural de anticorpos da mãe para o feto ou pela administração de anticorpos, por exemplo, via soro, em pacientes doentes.
Transferência Adotiva
Realizada por meio da transferência de células do sistema imune, como em transfusões sanguíneas.
Como fortalecer o sistema imunológico: confira
Alimentos que fortalecem o sistema imunológico
Uma dieta saudável e rica em nutriente é uma das formas de como fortalecer o sistema imunológico.
Apesar de ainda existirem poucos estudos sobre a relação entre nutrição e fortalecimento do sistema imunológico e a forma exata como isso acontece, há evidências fortes que nos levam a acreditar que a alimentação afeta a função imunológica.
Por exemplo, já foi comprovado por cientistas há muito tempo que as pessoas que vivem em uma situação de pobreza e desnutrição são mais vulneráveis a doenças infecciosas.
Em pesquisas com animais, foi analisado que as deficiências de micronutrientes, como Vitamina A, C, zinco e ferro, por exemplo, alteram as respostas imunes deles.
Por isso, além de manter uma dieta saudável e equilibrada, relembre alguns alimentos que são ricos em nutrientes e vitaminas para fortalecer o sistema imunológico:
- vitamina C: acerola, laranja, folhas verdes, pimentão e goiaba.
- ácido fólico: agrião, brócolis, espinafre, lentilha.
- ômega 3: linhaça, chia, azeite de oliva, castanhas;
- vitamina D: gema de ovo, fígado e peixes como atum e sardinha.
Apesar de os cientistas não saberem exatamente como a alimentação atua no sistema imunológico, sabe-se que ela é necessária para uma boa saúde e na prevenção de diversas doenças, como o câncer.
Uma alimentação saudável fornece os nutrientes necessários para fortalecer o organismo e atua, mesmo que de forma indireta, no fortalecimento do sistema imune.
Hidratação
Manter os níveis de hidratação do corpo também é uma maneira de como fortalecer o sistema imunológico.
Com o corpo desidratado, a fluidez do sangue é alterada e o transporte de nutrientes e oxigênio fica comprometido.
O funcionamento adequado das células depende desse transporte e isso interfere na resposta imunológica do corpo.
Sabe-se que a água é fundamental no tratamento de doenças infectocontagiosas, porque ajuda a eliminar as substâncias tóxicas do organismo. As chances de o quadro se agravar diminuem com a ingestão de água.
Além disso, no caso de doenças que comprometem as vias respiratórias, a água auxilia na umidificação das secreções, facilitando o processo do corpo de expelir os agentes contaminantes e microorganismos prejudiciais.
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Atividade física
Um divulgado pela Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, que usou como base uma revisão de literatura de diversos estudos, afirma que a neutrofilia prolongada após os exercícios demonstrou ser relevante para o sistema imunológico.
Um dos estudos analisados verificou que pessoas do sexo masculino possuíam variações agudas nos níveis de neutrófilos no sangue após a realização de exercícios físicos.
O período logo após a atividade, que foi de longa duração e moderada intensidade, foi a contagem em que houve maior número de neutrófilos, com um aumento de 12%.
Já após 24h o número foi reduzido e foi ainda menor após 48h da realização do exercício.
A pesquisa também observou que o estresse que o exercício causa no corpo estimula as funções dos macrófagos e monócitos.
Uma série de outros efeitos foram investigados e a conclusão foi de que a prática regular de atividades físicas permite ao indivíduo que produza uma resposta imunológica adequada, além de possuir diversos outros benefícios à saúde.
Reduza o estresse
O estresse é responsável pela imunossupressão do sistema imunológico, o que pode provocar diversos fatores prejudiciais, como:
- aumento da ocorrência de doenças infecciosas;
- manifestação de doenças autoimunes;
- progressão de neoplasias.
Sabe-se também que há uma relação bidirecional entre os sistemas nervoso e imunológico. Portanto, quando o indivíduo está estressado ou se encontra em estado de depressão, há um reflexo no sistema imunológico e o contrário também é válido.
O estudo divulgado pela Revista Educação em Saúde mostrou que o sistema nervoso autônomo possui uma ação decisiva sobre o sistema imunológico.
Ele age por meio da produção de catecolaminas e pela mediação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
Os agentes responsáveis pelas alterações no sistema imune causam um aumento da secreção de noradrenalina e glicocorticóides na corrente sanguínea.
Além disso, há várias doenças comprovadamente ligadas aos efeitos do estresse, como dor de estômago e as doenças cardíacas, por exemplo.
A maior dificuldade dos cientistas na descoberta de maiores detalhes dessa relação é que é muito difícil medir o estresse, já que ele é subjetivo de cada indivíduo.
A maior parte das pesquisas é realizada com pessoas que possuem estresse crônico para analisar como o estresse contínuo afeta o sistema imunológico.
Rotina de sono
Um sono adequado desempenha um papel fundamental no fortalecimento do sistema imune.
Isso porque, durante o sono, o corpo realiza diversas funções reparadoras e regenerativas, incluindo a produção de células imunológicas e a liberação de substâncias químicas que combatem infecções.
Então, para fortalecer o sistema imunológico por meio de uma rotina de sono saudável, garanta de 7 a 9 horas de descanso por noite para promover uma função imunológica ideal.
Além disso, reduza a exposição à luz azul de dispositivos eletrônicos, como smartphones e computadores, pelo menos uma hora antes de dormir.
Afinal, essa luz pode interferir na produção de melatonina, um hormônio crucial para o sono.
Mantenha as vacinas atualizadas
Manter as vacinas atualizadas é uma estratégia fundamental para fortalecer o sistema imunológico e proteger o organismo contra diversas doenças infecciosas.
Isso porque as vacinas desencadeiam uma resposta imunológica controlada, ensinando o corpo a reconhecer e combater agentes patogênicos específicos.
Além do mais as vacinas são projetadas para prevenir doenças específicas, como:
- sarampo;
- caxumba;
- rubéola;
- difteria;
- tétano;
- coqueluche;
- hepatite B;
- poliomielite;
- influenza.
Então, ao receber as vacinas recomendadas, você reduz significativamente o risco de contrair essas enfermidades.
Além disso, ao manter a vacinação em dia, você contribui para a imunização coletiva, protegendo não apenas a si mesmo, mas também aqueles que, por razões médicas legítimas, não podem receber vacinas.
Como fortalecer o sistema imunológico naturalmente?
Como fortalecer o sistema imunológico rapidamente, afinal?
O segredo está no conjunto de práticas saudáveis ao longo da vida, que incluem uma alimentação nutritiva e livre de industrializados, a prática de exercícios físicos, a hidratação das células do corpo, uma boa noite de sono, dentre outras.
Todas essas são ações e práticas naturais que devem ser realizadas de maneira contínua em busca de um fortalecimento de todo o sistema imunológico.
Lembre-se que essa é uma maneira de oferecer energia para que ele possa combater agentes invasores e microorganismos infecciosos.
Atividades simples como praticar exercícios físicos podem ter resultados surpreendentes. Um estudo publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity, por exemplo, descobriu que uma caminhada ou andar de bicicleta logo após receber uma vacina pode aumentar a produção de anticorpos.
Simples atividades como levar uma vida mais leve e sem grandes estresses também possuem uma conexão com o sistema imunológico.
Uma análise de dados da Universidade da Califórnia e Universidade do Sul da Califórnia, que observou mais de 5.700 participantes, descobriu que as pessoas que vivenciaram mais estresses durante a vida – como perda de emprego, discriminação, etc – tinham uma proporção menor de células T novas.
São essas células que possuem capacidade de enfrentar os novos invasores, então a sua diminuição em momentos de estresse, acaba prejudicando a ação do sistema imunológico.
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Conclusão
Com o tempo muito foi descoberto sobre como fortalecer o sistema imunológico. Mas ainda há muito pela frente para entender.
O que sabemos é que levar uma vida saudável é uma das maiores recomendações para o fortalecimento das células de combate.
Por isso, não é de uma hora para a outra que isso acontece e nem com receitas milagrosas.
Certamente, existem no mercado farmacêutico medicações que são capazes de ajudar nesse fortalecimento e que, aliado a práticas saudáveis, podem ser muito benéficas ao sistema de defesa do corpo.