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Linfoma não Hodgkin: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

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Linfoma não Hodgkin (LNH) é um grupo de tumores malignos que afetam as células brancas do sangue, chamadas linfócitos, causando sintomas como ínguas no pescoço, virilha ou axila, suor noturno, perda de peso, febre ou sensação de falta de ar.¹

Este tipo de câncer duplicou nos últimos anos, mas não se sabe ao certo a razão. No entanto, quando descoberto com antecedência, o prognóstico é bom e a taxa de sobrevida em 5 anos após o tratamento é de 73%.

O que é Linfoma não Hodgkin?

O Linfoma não Hodgkin é um câncer complexo, que envolve mais de 50 tipos heterogêneos da doença e se dá nas células do sistema linfático, podendo atingir os linfócitos B, T ou as células NK (células natural killer).

Os linfócitos são um conjunto de células que fazem parte do sistema de defesa do organismo, que é o responsável por combater infecções por vírus, bactérias e fungos que podem afetar o corpo humano. ²

Classificação do linfoma não Hodgkin

De maneira mais ampla, para entendermos o que é o linfoma não Hodgkin, é preciso saber que ele pode ser classificado devido à sua velocidade de crescimento, em indolentes e agressivos.

Linfomas não Hodgkin Indolentes

Esse tipo de linfoma é de crescimento lento e costuma levar anos para desenvolver sintomas. Com algumas exceções, ele não costuma responder à terapia padrão. ³

Os exemplos mais comuns são:

Linfoma Folicular

Este subtipo é o mais comum dos LNHs indolentes e possui maior incidência após os 60 anos de idade, tendo crescimento bastante lento. É possível que alguns pacientes não precisem de tratamento por muitos anos, enquanto outros precisarão iniciar a terapia o quanto antes. A quimioterapia é a principal opção utilizada no combate à doença. A radioterapia também pode ser indicada.

Linfoma de Célula T Cutâneo (Micose Fungoide)

Este tipo de linfoma surge na pele e costuma ter como um dos principais sintomas, a coceira. Ela pode ser bastante incomodativa, mas com o início do tratamento, este sinal tende a passar. O tratamento irá depender do estadiamento do paciente – podem ser aplicados tratamentos na pele, como a pulsação de luz ultravioleta, mas a quimioterapia também é indicada.

Linfomas não Hodgkin Agressivos

Já os agressivos crescem de maneira rápida e precisam de tratamento imediato. Apesar de avançarem com mais rapidez. ³

São os exemplos mais comuns:

Linfoma Difuso de Grandes Células B

É o tipo de linfoma não Hodgkin agressivo mais comum e corresponde a cerca de 30% dos casos. Ele ocorre principalmente em pessoas mais velhas, na maior parte dos casos tem um crescimento rápido dos linfonodos no pescoço, ou em órgãos como intestino, cérebro e medula espinhal.

Linfoma do Sistema Nervoso Central

Existem dois tipos de linfoma do SNC: primário e secundário. O primário tem início no cérebro e/ou na medula espinhal.

É comumente associado ao linfoma ligado ao vírus da Aids, mas também pode estar relacionado a outros tipos da doença. 

Já o secundário começa em outras áreas do corpo e se espalha para o cérebro e/ou medula espinhal. 

Ambos são bastante raros e o tratamento envolve quimioterapia e imunoterapia.

Quais são os sintomas do linfoma não Hodgkin?

Um dos principais sintomas é a linfadenopatia periférica assintomática (aumento dos gânglios linfáticos). Ela se caracteriza pela presença de linfonodos aumentados, especialmente na região do pescoço, virilha e axila, mas geralmente sem dor. 

Pode haver comprometimento dos linfonodos localizados ou outras regiões afetadas, por isso, é essencial investigar regiões cervicais, axilares, inguinais e femorais.

Quando há presença de linfadenopatia não dolorosa associada à presença de sintomas como febre, sudorese noturna e perda de peso, deve haver suspeita de malignidade.

Outros sintomas que podem aparecer são: 

  • aumento-do-baço-(esplenomegalia);
  • perda de peso sem motivo aparente
  • febre;
  • suor-noturno;
  • fadiga;
  • coceiras.

Quais são as causas do Linfoma não Hodgkin?

As causas do Linfoma não Hodgkin, ainda não são entendidas por completo pela ciência, mas alguns estudos indicam que pode haver uma correlação entre o Linfoma não Hodgkin com determinadas infecções causadas por vírus.

Fatores de risco para o Linfoma não Hodgkin

Este linfoma está associado a diferentes tipos de riscos, sendo eles ambientais, ocupacionais, comportamentais, de condições de saúde e genético. Dentre os principais fatores citados pelo Instituto Nacional de Câncer estão:

  • soropositividade ao vírus da hepatite C;
  • exposição prolongada a agrotóxicos, tinturas de cabelo solventes orgânicos, como o benzeno e elementos de trabalhadores da indústria metalúrgica;
  • infecção por HCV.

Fatores associados ao Linfoma não Hodgkin

O Linfoma não Hodgkin pode ocorrer em todas as idades, mas é mais frequente em pessoas acima de 60 anos. 

Aqui, vale destacar que nos últimos 25 anos, os casos dobraram, influenciados por fatores imunológicos, infecciosos e ambientais. 

Além disso, indivíduos com imunidade comprometida, seja por doenças genéticas, uso de imunossupressores ou infecção por HIV, apresentam maior risco. 

Ademais, a exposição a substâncias químicas como agrotóxicos, aminas aromáticas e radiação aumenta a vulnerabilidade, com destaque para riscos ocupacionais de trabalhadores rurais e industriais. 

Neste cenário, vale destacar que em 2020, o INCA estimou 12.030 novos casos no Brasil, com maior incidência entre homens. 

Globalmente, a OMS registrou 544.352 novos diagnósticos no mesmo ano.

Compreender esses fatores é essencial para prevenção, diagnóstico precoce e estratégias de tratamento, especialmente para os grupos mais suscetíveis.

Como é feito o diagnóstico do Linfoma não Hodgkin?

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O diagnóstico é geralmente realizado por meio da biópsia de linfonodo e imuno-histoquímica, que pode ser de tipos variados a depender do linfonodo aumentado e da quantidade de tecido necessária.

Pode haver necessidade de retirar grande quantidade de tecido, pois será preciso identificar o tipo de linfonodo ou diferenciá-lo de outras causas. 

Neste caso, umas das biópsias mais indicadas é a excisional, mas outras também podem ser usadas como a por agulha grossa, por exemplo. 

Também podem ser solicitados exames de imagem e estudos celulares, que auxiliam a identificar características específicas nas células nos tecidos biopsiados, como anormalidades citogenéticas, por exemplo.  

Estadiamento do linfoma não Hodgkin

O estadiamento do linfoma não Hodgin, assim como seu tipo, permite ao médico a indicar o melhor tratamento. O LNH pode ser classificado em diferentes estágios, de acordo com sua extensão, que são:

EstágioCaracterísticas
Estágio IEstágio I: o tumor está localizado em apenas um gânglio linfático ou em um órgão do sistema linfático;Estágio IE: o tumor está localizado em apenas uma área fora de um órgão linfático.
Estágio IIEstágio II: o tumor está presente em dois ou mais grupos de gânglios linfáticos, de um mesmo lado, acima ou abaixo do diafragma;Estágio IIE: o tumor está presente em um ou mais gânglios linfáticos, em um lado do diafragma, afetando também um órgão ou tecido próximo.
Estágio IIIEstágio III: o tumor afeta gânglios linfáticos acima e abaixo do diafragma; Estágio IIIE: além dos gânglios linfáticos, o tumor também afeta um órgão ou tecido próximos; Estágio IIIS: o tumor afeta o baço; Estágio IIISE: o tumor afeta um órgão ou tecido próximos e o baço;
Estágio IVO tumor se espalhou para um ou mais órgãos além do sistema linfático (metástases), como medula óssea, fígado ou pulmões, ou se espalhou para linfonodos distantes.

Qual a diferença entre o linfoma não Hodgkin e o linfoma Hodgkin?

A principal diferença entre o linfoma Hodgkin e o não Hodgkin é que o primeiro se espalha de forma ordenada de um grupo de linfonodos para outro e é marcado pela presença de linfócitos Reed-Sternberg. 

Já no não Hodgkin, as células tumorais se espalham de maneira não ordenada e podem começar em qualquer lugar do corpo.

Eles se diferem também quanto ao grupo afetado, isso porque o linfoma de Hodgkin é mais comum em jovens de 15 a 35 anos, enquanto o não Hodgkin pode aparecer em qualquer faixa etária, mas é mais comum em pessoas com mais de 60 anos.

Como funciona o tratamento do Linfoma não Hodgkin?

Além de saber o que é o Linfoma não Hodgkin, também é importante conhecer os tratamentos para a patologia que, na maioria dos casos, envolvem quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

A quimioterapia pode ser constituída por um ou mais fármacos, administrados sob a forma de comprimidos e injeção intravenosa. Já se o tipo deste linfoma for indolente e não houver sintomas, o paciente pode não precisar de tratamento imediato. Neste caso, ele fica em observação até surgirem sintomas.

A imunoterapia para o linfoma é feita com anticorpos monoclonais que se ligam a células cancerígenas e auxiliam o sistema imunológico do paciente a combater as células tumorais.

O campo da imunoterapia é uma frente de tratamento inovadora, na qual podem ser usados imunomoduladores biológicos, que ensinam as células boas a atacarem as malignas; anticorpos monoclonais, que interagem com proteínas das células doentes; além da terapia de CAR-T Cell, onde determinadas células T são modificadas em laboratório e treinadas a atacar rapidamente as células tumorais.

Principais acompanhamentos pós-tratamento

Para se aprofundar no que é Linfoma não Hodgkin, saiba que após o tratamento, o paciente pode ter recidivas ou cânceres secundários, por isso, o acompanhamento médico deve ser feito mesmo em casos de tratamentos bem-sucedidos.

Alguns pacientes podem desenvolver leucemias, que aparecem muitos anos depois do tratamento para Linfoma não Hodgkin. 

Para isso, avalia-se periodicamente a saúde do paciente e faz-se a contagem de células sanguíneas e da medula óssea.

Dentre os exames de laboratório, podem ser solicitados: 

  • hemograma-completo;
  • exames-bioquímicos;
  • testes-de-função-hepática-e-renal;
  • exames-de-imagem.

Outro ponto essencial é monitorar os efeitos colaterais da terapia, já que o sistema imunológico é afetado durante o tratamento.

Importância da detecção precoce para tratamento efetivo

Apesar de não existirem exames de rastreamento para o Linfoma não Hodgkin, a identificação precoce traz elevadas chances de recuperação e até de cura.

Neste caso, a melhor estratégia é médicos e pacientes estarem bem-informados sobre sinais e sintomas suspeitos, como é o caso da linfadenopatia e esplenomegalia sem explicação, especialmente se acompanhadas de sintomas, como febre, suor noturno e perda de peso.

O que perguntar ao médico em caso de Linfoma não Hodgkin?

Durante a consulta com o médico, é essencial esclarecer todas as dúvidas relacionadas ao diagnóstico e ao tratamento desta condição. Aqui, separamos algumas perguntas que você pode fazer para entender melhor o seu caso. Confira:

  • Pode detalhar o que os exames de sangue e de medula óssea indicam? 
  • Como esses resultados se comparam aos parâmetros considerados normais?
  • Qual será a frequência com que precisarei repetir esses exames?
  • Que tipo de terapia será indicada para o meu caso?
  • Existem opções alternativas de tratamento específicas para a minha condição?
  • Meu plano de saúde ou o SUS irá cobrir o tratamento?
  • Quais são os possíveis efeitos adversos desse tratamento?
  • O que posso fazer para minimizar ou gerenciar esses efeitos colaterais?
  • Com que regularidade precisarei realizar consultas de acompanhamento e por quanto tempo?
  • Será necessário mudar minha rotina ou evitar certas atividades?
  • Há algum estudo clínico disponível no qual eu poderia participar?
  • Quais são as expectativas de recuperação e qualidade de vida após o tratamento?
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Como prevenir o Linfoma não Hodgkin

  • Evite exposição a substâncias químicas nocivas: reduza o contato com agrotóxicos, aminas aromáticas, benzidina, bifenil policlorado e tetracloreto de carbono, além de limitar a exposição a altas doses de radiação;
  • Gerencie condições imunológicas: controle doenças que afetam o sistema imunológico, como deficiências genéticas, infecção pelo HIV e uso de imunossupressores;
  • Trate infecções associadas: mantenha acompanhamento e tratamento de infecções por vírus e bactérias;
  • Evite fatores de risco conhecidos: realize avaliações regulares para identificar e minimizar possíveis exposições ou condições que aumentem o risco.

Conclusão

Hoje a intenção foi entender o que é Linfoma não Hodgkin, um tipo complexo de câncer que afeta as células do sistema linfático e apresenta mais de 20 variantes.

Classificado em indolente ou agressivo, seu diagnóstico e tratamento dependem, principalmente, do estágio da doença e do tipo de variante apresentada. 

A detecção precoce é crucial para um prognóstico positivo, aumentando significativamente as chances de cura. 

Para compreender o que é Linfoma não Hodgkin, vimos também os sintomas, fatores de risco e opções de tratamento, incluindo quimioterapia e imunoterapia, tratamentos essenciais para lidar com a doença de maneira eficaz.

Referências

Linfoma não Hodgkin: o que é, sintomas, causas e tratamento – Tua Saúde

Linfócitos: O que é, sintomas, tratamentos e causas.

Tipos de linfoma não Hodgkin | Instituto Oncoguia

Subtipos de Linfoma Não-Hodgkin Agressivos e Indolentes- Abrale

Tipos de linfoma não Hodgkin: entenda a classificação

Fique atento aos Sinais e Sintomas do linfoma não-Hodgkin – Abrale

Linfoma não Hodgkin — Instituto Nacional de Câncer – INCA

Global Cancer Statistics 2020: GLOBOCAN Estimates of Incidence and Mortality Worldwide for 36 Cancers in 185 Countries – Sung – 2021 – CA: A Cancer Journal for Clinicians – Wiley Online Library

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