Os testes de funções cognitivas são avaliações para testar diferentes funções mentais, tais como memórias, raciocínio e velocidade de pensamento.
Eles são comumente aplicados por psicólogos, neurologistas, pediatras e educadores e podem ajudá-los a determinar indícios de uma deficiência cognitiva.
Essa deficiência pode se dar em razão de diversas situações, como derrame, natureza congênita, lesão cerebral, deficiência de vitaminas, efeito colateral de medicamentos e determinadas doenças físicas e neurológicas.
Os testes podem ser usados como ferramentas de apoio em diversas situações, como após a recuperação de cirurgias cerebrais ou até mesmo durante a cirurgia, em avaliações neurológicas, para avaliação de alunos, no tratamento de doenças mentais, como forma de comparativos, dentre outras situações.
Quer saber mais sobre os testes de funções cognitivas? Então continue a leitura e saiba mais!
Avaliação Cognitiva – O que é?
Um teste de funções cognitivas envolve a avaliação geral do pensamento e de tudo que diz respeito à cognição, determinando um nível da função cognitiva do indivíduo.
O termo “cognitivo” está associado ao processo de aprendizado e elaboração do conhecimento, envolvendo o desenvolvimento de capacidades intelectuais e emocionais.
A cognição de um indivíduo afeta diversas esferas da sua vida e influencia no seu comportamento, no controle emocional e impulsivo.
Ele envolve memória, pensamento, raciocínio, percepção, capacidade de compreensão, além de funções mentais, como noção de tempo e espaço, cálculo, escrita, linguagem, etc.
Os testes podem ser aplicados em crianças e adultos e cada um deles possui diferentes focos.
Teste de funções cognitivas: quais são os principais?
– Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA)
A Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA) foi criada para detectar um comprometimento cognitivo leve (CCL).
O teste apresenta alta sensibilidade e vem sendo altamente indicado para o rastreio de comprometimento cognitivo em diversas patologias que envolvem danos em estruturas subcorticais do sistema nervoso.
Alguns exemplos que podem ser citados são os casos de doença de Parkinson e a diabetes mellitus.
Ele pode avaliar habilidades necessárias no dia a dia, como:
- atenção;
- funções executivas;
- memória, linguagem, habilidades visuoconstrutivas;
- orientação.
É feito de forma rápida, tendo cerca de 10 minutos de duração e pode ser aplicado por qualquer profissional de saúde habilitado.
– Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
O Mini Exame do Estado Mental (MEEM), também é um teste rápido, que pode ser aplicado em 10 minutos e não precisa de materiais específicos.
Ele é validado para a população brasileira e apresenta diferentes pontos de corte, de acordo com o grau de escolaridade de cada um.
Em geral, ele serve como avaliação de domínios, como:
- orientação espacial e temporal;
- memória imediata e de evocação;
- cálculo;
- linguagem-nomeação;
- repetição;
- compreensão, escrita e cópia de desenho.
Vale lembrar que esse teste não funciona como diagnóstico e deve ser usado apenas como instrumento de rastreamento antes de fazer uma avaliação mais detalhada.
Se o paciente estiver com o MEEM alterado não significa que é um caso de demência. De qualquer maneira, é o médico que irá realizar a investigação de forma mais completa.
O MEEM também pode ser usado em casos já diagnosticados de demência para acompanhar a evolução do quadro e a resposta do paciente ao tratamento.
– Mini-Cog
O mini-cog é um teste de funções cognitivas que leva apenas cerca de três minutos para ser aplicado.
O teste é dividido em três partes e funciona da seguinte maneira: o aplicador deve falar o nome de três objetos e pedir para que a pessoa testada repita essas palavras.
Depois, o aplicador vai pedir para o examinado desenhar um relógio de ponteiro que deve incluir as formas e os números.
Após o desenho, a pessoa deve ser capaz de repetir novamente os objetos mencionados na primeira parte do teste.
Se a pessoa puder repetir as palavras é muito provável que não esteja em um processo de disfunção cognitiva. Já se ela deixar de repetir uma palavra pode ser que esteja com prejuízo cognitivo leve.
Vale lembrar que existem outras situações, além de demência, que podem causar disfunções cognitivas, como a depressão e o hipotireoidismo, por exemplo.
– CMMS – Escala de Maturidade Mental
O CMMS é um teste psicológico que tem o objetivo de avaliar o raciocínio geral de crianças de 3 a 9 anos e 11 meses de idade.
O teste é indicado para protocolos de avaliação multidimensional de crianças que possuem suspeita de déficit cognitivo. Ela pode ser usada em escolas ou no consultório e somente pode ser aplicada por profissionais de psicologia.
Por isso, é importante saber que ela não deve ser feita em casa e nem por profissionais que não o psicólogo.
O desempenho do teste não está atrelado ao desenvolvimento físico, nem à capacidade cognitiva da criança, além de não depender da motricidade dos participantes.
Vale destacar que o teste é fácil de ser aplicado, interpretado e corrigido.
Leia também: Como fortalecer o sistema imunológico: confira as melhores dicas e pesquisas sobre o assunto
– D2 – Atenção Concentrada
O teste de funções cognitivas D2 é de autoria de R. Brickenkamp e tem como objetivo a avaliação de aspectos da atenção seletiva e da concentração.
Em linhas gerais e de forma simplificada pode-se dizer que ele avalia a capacidade do indivíduo de se manter focado.
Além disso, são consideradas suas habilidades de atenção concentrada e sustentada, medindo a velocidade de processamento, a qualidade do desempenho e também a relação entre velocidade e precisão de ambas.
Costuma ser usado em processos seletivos para determinadas vagas de trabalho, na avaliação da carteira de habilitação, pela orientação escolar e também na neuropsicologia.
Geralmente, a tarefa consiste em identificar o alvo em meio a outros símbolos parecidos sob pressão do tempo.
Ele é indicado para crianças a partir de 8 anos e também adultos.
– Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST)
Esse teste de funções cognitivas é um instrumento que tem o objetivo de avaliar no sujeito o seu raciocínio abstrato, a sua capacidade de gerar estratégias de solução de problemas em resposta a condições mutáveis.
A pessoa que faz o teste precisa analisar a lógica para resolver o problema, já que os critérios de resolução são mutáveis.
O teste pode ser aplicado para crianças a partir de 6 anos e seis meses, indo até a faixa dos 89 anos de idade.
Sua aplicação pode se dar em contexto hospitalar, clínico e neuropsicológico e exige a presença de um psicólogo treinado com prática em testagem psicológica.
– TIG-NV – Teste de Inteligência Geral – Não Verbal
O teste de funções cognitivas TIG-NV é uma ferramenta considerada um teste neuropsicológico que tem o objetivo de medir o quociente de inteligência (QI).
Além da inteligência, a partir do teste o avaliador consegue analisar também: aprendizagem, orientação espacial, comportamento visomotor, memória de reconhecimento, memória operacional, percepção e flexibilidade cognitiva.
Ele permite reconhecer os tipos de raciocínios errados e como o indivíduo chegou a ele, isto é, o seu processamento durante a execução.
Além disso, possibilita classificar a inteligência de acordo com a escolaridade e em termos de percentil.
Pode ser aplicado dos 10 aos 79 anos.
Leia também: Microangiopatia: entenda o que é a condição e quando é preciso se preocupar com ela
Quais são as funções cognitivas MBTI?
O Indicador tipológico de Myers-Briggs (MBTI) é uma ferramenta muito usada na psicologia e no coaching para classificar as personalidades existentes.
O MBTI se baseia no conceito de Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta, que afirma que os seres humanos percebem o mundo a partir das seguintes funções cognitivas:
- Racionalidade;
- Emoção;
- Sensação;
- Intuição.
Essas funções podem assumir atitude introvertida ou extrovertida, gerando então, 8 tipos psicológicos e gerando então 16 personalidades a partir do MBTI Myers e Briggs:
- O Inventor: ENTP
- O Arquiteto: INTP
- O Marechal: ENTJ
- O Mentor: INTJ
- O Campeão: ENFP
- O Sanador: INFP
- O Professor: ENFJ
- O Conselheiro: INFJ
- O Provedor: ESFJ
- O Protetor: ISFJ
- O Supervisor: ESTJ
- O Inspetor: ISTJ
- O Artista: ESFP
- O Compositor: ISFP
- O Promotor: ESTP
- O Artesão: ISTP
Como é feito o teste cognitivo?
Cada tipo de teste cognitivo é feito de uma forma, de acordo com regras de seu criador e as respostas são analisadas pelo aplicador.
Ele pode envolver tarefas simples, como responder a uma série de perguntas, escolher entre opções múltipla escolha ou realizar tarefas simples, como desenhos, identificações, tarefas de memória, reconhecimento de objetos, etc.
A Natcofarma é uma empresa farmacêutica que atua na produção de medicamentos para diferentes áreas, inclusive para o tratamento de doenças neurológicas, como a esclerose múltipla.
Conheça mais sobre a nossa empresa e os medicamentos da Natcofarma!
Conclusão
Os testes de funções cognitivas podem ajudar profissionais de diferentes áreas a identificar possíveis perdas de cognição.
Existem diferentes tipos de teste e cada um é focado em alguma área específica da cognição.
Alterações nos testes não oferecem nenhum diagnóstico, mas indicam que é necessário consultar um neurologista para uma avaliação mais completa e consistente.
Grande parte dos testes abrangem diferentes idades e podem ser feitos com crianças e adultos, mas é necessário verificar as indicações e realizar a interpretação correta.
Acompanhe outros artigos como este no blog da Natco!
Leia também : Saiba como diagnosticar a Esclerose Múltipla