A trombose venosa afeta cerca de 113 pessoas por dia no Brasil, fazendo com que 425.404 brasileiros fossem hospitalizados pela doença entre janeiro de 2012 e maio de 2022.
Os números são do levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular com base em dados do Datasus, do Ministério da Saúde, e são ainda mais alarmantes, pois mostram que destes atendimentos, 92,7% eram de urgência e 31.150 foram eletivos.
Diante dessa realidade, é fundamental entender o que causa a trombose, os seus sintomas, formas de preveni-la e tratamentos.
E é isso que nos dedicamos a explicar a você ao longo deste artigo.
Acompanhe a leitura!
O que é trombose venosa?
A trombose venosa é a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias do corpo, sendo mais comum nas pernas, coxas e pelve.
Esse coágulo geralmente causa dores e inchaços na perna e a principal razão de seu surgimento é a falta de movimentos por muito tempo, como quando uma pessoa fica em repouso por uma cirurgia, acidente ou até mesmo em uma viagem de longa distância.
A doença é grave porque esses coágulos sanguíneos nas veias correm o risco de se soltarem e fazerem uma viagem pela corrente sanguínea, prendendo-se aos pulmões.
Quando isso acontece, o fluxo sanguíneo é bloqueado, levando a embolia pulmonar, que se ocorre junto com a trombose venosa, leva o nome de tromboembolismo venoso (TEV).
O que causa trombose venosa?
A imobilidade prolongada é a principal causa da trombose venosa, algo comum em casos de viagens em que pessoas precisam ficar sentadas durante horas na mesma posição.
Outra causa muito comum da trombose é quando uma pessoa permanece por muito tempo em repouso por conta de uma cirurgia ou de alguma doença.
Além dessas duas causas, existe uma terceira muito comum para o desenvolvimento da trombose, que são as lesões dos vasos e desequilíbrio nos fatores de coagulação do sangue do paciente, pontos que colaboram para a formação de trombos.
No mais, outros fatores que colaboram para a causa da trombose são:
- obesidade;
- idade avançada;
- histórico familiar de trombose;
- doenças crônicas, como doenças pulmonares, cardiovasculares e câncer;
- uso de medicamentos que interferem na coagulação;
- machucados;
- lesões ou cirurgias nas pernas ou nos pés;
- pílulas anticoncepcionais e gravidez, pois ambos aumentam o hormônio sexual chamado estrogênio;
- covid-19.
Aqui destacamos que aproximadamente um terço dos pacientes com covid-19 que são internados em UTI são acometidos com a trombose.
Isso porque a covid-19 aumenta os riscos dessa doença ao promover anormalidades da coagulação do paciente, facilitando a formação de coágulos através de um mecanismo que ainda não é conhecido pela ciência.
Qual o perigo da trombose venosa?
O maior perigo da trombose venosa é a embolia pulmonar.
Como você viu até agora, a trombose é uma condição em que existe a formação de um coágulo sanguíneo numa veia profunda do nosso corpo, geralmente na perna, pelve ou coxa.
A embolia pulmonar trata-se da complicação mais grave da trombose e acontece quando um coágulo percorre os vasos sanguíneos do corpo do paciente e atinge os seus pulmões, sendo extremamente perigosa porque pode ser fatal.
Quais os sintomas de trombose venosa?
Metade das pessoas com trombose venosa não apresentam nenhum sintoma, mas as pessoas que apresentam geralmente costumam ter:
- dor;
- inchaço na área de formação do coágulo;
- vermelhidão na área de formação do coágulo;
- veias dilatadas na região afetada;
- dor ao toque;
- aumento da temperatura local;
- enrijecimento da pele.
Quanto a embolia pulmonar, os seus sintomas são:
- aceleração dos batimentos cardíacos;
- dificuldade de respirar;
- desconforto ou dor no peito;
- inspiração profunda;
- desmaio;
- tontura;
- tosse com sangue.
Como é feito o diagnóstico da trombose venosa?
O diagnóstico da trombose venosa é feito com uma avaliação clínica e alguns exames, sendo o mais comum o exame de ultrassonografia com doppler.
Esse exame é capaz de avaliar qual é o estado das veias dos membros inferiores do paciente, identificando possíveis coágulos.
Além da ultrassonografia com doppler, o diagnóstico também pode ser feito com um exame de dosagem sanguínea do dímero D.
Esse se trata de um teste triagem que quando dá negativo elimina a hipótese de trombose, porém, se dá positivo, indica a presença de um trombo ou embolia no organismo do paciente, exigindo a confirmação através de outros exames radiológicos.
Lembrando que quanto mais cedo for feito o diagnóstico da trombose, mais rápido o paciente é indicado para o tratamento, aumentando as chances de reverter o quadro e evitar sequelas e complicações.
Qual o tratamento para trombose venosa?
O tratamento para trombose venosa pode ser feito com medicamentos anticoagulantes, remédios trombolíticos, cirurgia, filtro de veia cava e mudanças no estilo de vida do paciente.
Na sequência, entramos em mais detalhes sobre cada um desses tratamentos. Acompanhe!
Medicamentos anticoagulantes
Os medicamentos anticoagulantes são capazes de reduzir a viscosidade do sangue e dissolver o coágulo em nosso organismo.
Desta forma eles colaboram para diminuir a ocorrência de episódios e aparecimento de sequelas.
Entretanto, o uso de qualquer um desses medicamentos só deve ser feito depois de uma criteriosa avaliação de um profissional da saúde e uma prescrição médica.
E durante o tratamento com anticoagulantes, é necessário fazer exames regulares de sangue, como a medida do INR e do TAP.
Esses exames avaliam a capacidade de coagulação e permitem adequar as doses para evitar qualquer complicação, como anemia ou hemorragias.
Remédios trombolíticos
Os remédios trombolíticos são injetáveis e costumam ser indicados para casos graves de trombose e para pacientes mais jovens.
O tratamento com eles costuma durar aproximadamente 7 dias e envolve internamento hospitalar, por conta do risco de complicações, como hemorragia.
Cirurgia para trombose
Para os casos mais graves de trombose é indicada a cirurgia, sendo uma opção somente para quando não é mais possível diluir o coágulo com o uso de medicamentos.
Neste tipo de cirurgia o coágulo é retirado das pernas ou é inserido um filtro na veia cava inferior, para impedir a passagem do coágulo para os pulmões, conforme explicaremos na sequência.
Neste tipo de cirurgia o coágulo é retirado das pernas ou é inserido um filtro na veia cava inferior, para impedir a passagem do coágulo para os pulmões, conforme explicaremos na sequência.
Filtro de veia cava
O filtro de veia cava é um dispositivo pequeno e fino inserido no paciente para o sangue fluir além do filtro.
A sua inserção capta coágulos sanguíneos e consegue impedir que eles se mexam para o coração e para os pulmões do paciente, ajudando na prevenção de uma embolia pulmonar.
A inserção desse filtro acontece por meio de uma pequena incisão em uma veia na virilha ou no pescoço do paciente e um cateter é inserido nesta veia.
O cateter é movido suavemente e um filtro colapsado é enviado com o cateter, sendo deixado em seu lugar enquanto o cateter é removido.
Esse filtro se expande e se anexa nas paredes do IVC, podendo ser deixado neste lugar permanentemente ou pode ser removido depois de um tempo, dependendo do quadro do paciente.
Mudança no estilo de vida
Outro tratamento da trombose que colabora para sua prevenção são as medidas não farmacológicas, que envolvem mudanças no estilo de vida do paciente, como:
- não ficar imobilizado por muito tempo, ou seja, voltar a se mobilizar depois de uma doença ou cirurgia que envolveu longos períodos restritos da cama;
- em viagens que durem mais de quatro horas, levantar e caminhar sempre que possível, exercitando as pernas, usando roupas largas e meias elásticas compressivas, caso seu médico indique;
- evitar fumar;
- evitar ingerir bebidas alcoólicas em excesso;
- ter um estilo de vida mais saudável, evitando sedentarismo;
- manter o peso adequado.
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Conclusão
Como você viu ao longo deste artigo, a trombose é a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias do corpo, sendo mais comum nas pernas, coxas e pelve.
Embora metade das pessoas com trombose não apresentem nenhum sintoma, as que apresentam costumam ter:
- dor;
- inchaço na área de formação do coágulo;
- vermelhidão na área de formação do coágulo;
- veias dilatadas na região afetada;
- dor ao toque;
- aumento da temperatura local;
- enrijecimento da pele.
Após o diagnóstico dessa doença, existem algumas opções de tratamento, que envolvem medicamentos anticoagulantes, remédios trombolíticos, cirurgia, filtro de veia cava e mudanças no estilo de vida do paciente.
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