Você já ouviu falar em tumores neuroendócrinos? Apesar de raros, eles podem afetar órgãos importantes como o trato gastrointestinal, pâncreas e pulmões, e tem desafios únicos para diagnóstico e tratamento.
Por aqui, vamos apresentar a você o que são esses tumores, suas possíveis causas, os sintomas que merecem atenção, além das abordagens terapêuticas e perspectivas de recuperação.
Descubra como a ciência avança no combate a essa condição intrigante e cheia de particularidades!
O que são os tumores neuroendócrinos? (TNE)
Os tumores neuroendócrinos (TNEs) são um tipo raro de neoplasia que pode se originar em células do sistema neuroendócrino, presentes em diversos órgãos do corpo.
Embora as causas exatas da maioria dos TNEs ainda sejam desconhecidas, pesquisas apontam que algumas síndromes genéticas raras, como a Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 1 (NEM 1), a Neurofibromatose tipo 1 e a Síndrome de Von Hippel-Lindau (VHL), aumentam significativamente o risco de desenvolvimento desses tumores.
Além disso, é importante destacar que os sintomas dos TNEs podem variar amplamente entre os pacientes e, em muitos casos, nem sequer se manifestam.
Mas, quando presentes, sinais como diarreia, rubor facial, dor abdominal, inchaço e chiado podem surgir.
A gravidade e a manifestação desses sintomas geralmente estão ligadas à velocidade de crescimento do tumor e à presença de metástases, que indicam a disseminação da doença para outras partes do corpo.
Quais as causas dos TNEs?
As causas exatas dos tumores neuroendócrinos (TNEs) ainda permanecem um mistério para a ciência em muitos casos. Entretanto, estudos indicam que fatores genéticos desempenham um papel importante no desenvolvimento de alguns desses tumores.
Neste caso, síndromes genéticas raras, como a Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 1 (NEM 1), a Neurofibromatose tipo 1 e a Síndrome de Von Hippel-Lindau (VHL), são exemplos conhecidos que aumentam significativamente a predisposição ao surgimento dos TNEs.
Essas condições genéticas hereditárias afetam mecanismos celulares que regulam o crescimento e a divisão das células neuroendócrinas, o que cria um ambiente propício ao desenvolvimento de tumores.
Apesar disso, para a maioria dos casos, a causa principal ainda precisa ser melhor compreendida, pois reforça a necessidade de mais pesquisas na área.
Quais são os tumores neuroendócrinos e seus sintomas?
Os tumores neuroendócrinos podem surgir em diferentes regiões do corpo, sendo classificados de acordo com o local de origem.
A seguir, exploramos os principais tipos e suas características. Acompanhe.
1. Gastrointestinais
Os TNEs gastrointestinais são os mais prevalentes e aparecem em partes do sistema digestivo, como intestino delgado, reto, estômago, cólon, esôfago e apêndice.
Geralmente apresentam crescimento lento, mas em casos de metástase para o fígado, podem liberar serotonina.
Esses tumores são divididos em:
- TNEs GI bem diferenciados: células que se assemelham às normais, que podem ser de baixa ou alta agressividade, classificados como grau 1, 2 ou 3, o que depende do ritmo de proliferação;
- carcinomas neuroendócrinos GI mal diferenciados: tumores mais agressivos, compostos por células altamente anormais, com comportamento distinto e maior gravidade.
2. Pancreáticos
Originados nas células das ilhotas pancreáticas, esses tumores são raros e podem ser divididos em funcionais, que produzem hormônios associados a síndromes clínicas, e não-funcionais, que não provocam sintomas hormonais específicos.
3. Pulmonares
Os pulmonares correspondem a cerca de 25% dos TNEs e se formam nos pulmões ou vias aéreas.
Dividem-se em:
- tumores carcinoides típicos: com crescimento lento e características semelhantes às células normais;
- tumores carcinoides atípicos: tendem a se espalhar mais facilmente;
- carcinomas de grandes e pequenas células: altamente agressivos e com rápida disseminação para outros órgãos.

Como é feito o diagnóstico dos tumores neuroendócrinos?
Os tumores neuroendócrinos (TNEs) são desafiadores de diagnosticar devido à semelhança de seus sintomas com outras condições, como gastrite, asma e até menopausa.
Muitas vezes, isso resulta em atrasos de meses ou anos no diagnóstico.
Porém, um médico atento e experiente realiza uma avaliação detalhada, com exames como:
- análise de histórico médico;
- exame físico;
- biópsia;
- exames de sangue e urina;
- técnicas de imagem, incluindo tomografia e ressonância magnética.
Além disso, métodos avançados, como cintilografia e PET-CT com marcadores específicos, ajudam a confirmar o diagnóstico e avaliar o estágio da doença, o que ajuda no planejamento do tratamento adequado.
Como é feito o tratamento dos tumores neuroendócrinos?
A cirurgia é geralmente recomendada como tratamento, contudo, dependerá muito da localização do tumor neuroendócrino, se ele se espalhou para outras áreas do corpo, se está secretando hormônios e se é responsável pelos sintomas.
Em alguns casos utilizam-se os tratamentos médicos, por meio de medicamentos, tanto para minimizar os sintomas como para controlar o crescimento do tumor neuroendócrino.
Além disso, a radioterapia, assim como a quimioterapia, também pode ser usada.
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Como é o prognóstico do tumor neuroendócrino?
O prognóstico dos tumores neuroendócrinos varia conforme fatores como o local de origem e a presença de metástases. Por exemplo, pacientes com metástases hepáticas frequentemente apresentam sobrevida média de 5 anos, embora alguns vivam significativamente mais ou menos.
E tumores originados no intestino delgado podem ter sobrevida média de até 12,5 anos em centros especializados.
Mas reforçamos que cada caso é único, e apenas o médico responsável pode fornecer uma estimativa precisa, com base em características específicas do tumor e do paciente, bem como avanços no tratamento e acompanhamento.


Conclusão
Em resumo, os tumores neuroendócrinos são condições raras e complexas que afetam diferentes órgãos do corpo, com sintomas variados e frequentemente difíceis de diagnosticar.
O tratamento envolve cirurgia, terapias medicamentosas e, em alguns casos, radioterapia ou quimioterapia.
Já o prognóstico depende de diversos fatores, como a localização e a presença de metástases.
Ademais, com avanços na medicina, a detecção precoce e os tratamentos adequados oferecem melhores perspectivas para os pacientes, melhorando sua qualidade de vida.