O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados 73.610 casos novos. A incidência é de 41,89 casos para cada 100 mil mulheres.
Existem vários tipos de câncer de mama, um deles depende da mutação do HER2, que pode ser ou positivo ou negativo.
Cada subtipo tumoral apresenta características específicas, por isso a identificação e rastreamento são essenciais para definir o manejo clínico adequado.
O que é câncer de mama HER2 positivo
O câncer de mama HER2 é um tumor que surge nas mamas quando o nível de proteína HER2 está mais elevado do que o normal.
HER2 é uma abreviação para Human Epidermal growth factor Receptor-type 2 que, traduzido, significa “receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano”.
Essa proteína é naturalmente produzida pelo corpo e tem como função atuar no desenvolvimento das células epiteliais dos seres humanos. Em quantidades normais, ela tem um papel importante, o problema é quando são encontrados níveis acima do normal.
Chamamos de HER2+ (positivo), as células cancerígenas com níveis mais elevados do que o normal de HER2. Elas apresentam um comportamento um pouco mais agressivo em comparação com os HER2- (negativo).
Receptores e câncer de mama HER2
A classificação do câncer de mama é feita a partir da análise de receptores hormonais de estrógeno (RE), progesterona (RP) e do HER2.
O status dos receptores do câncer de mama HER2 são utilizados para direcionar o tratamento e melhorar o prognóstico do paciente.
Status HER2 low e ultra-low
Quando a carga de HER2 é baixa, mas ainda assim detectável pela imunohistoquímica (IHC), o status é definido como HER2 low.
Já o HER2-ultra-low é ainda mais baixo do que a categoria HER2-low e possui, frequentemente, uma pontuação IHC de 0/1+.
Para entender melhor sobre o diagnóstico, confira o tópico a seguir.
Diagnóstico do câncer de mama HER2
![Médico vendo Raio-X de mama](https://natcofarma.com/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2024/12/cancer-de-mama-her2-negativo.jpg.webp)
Geralmente, o diagnóstico é feito por biópsia e a análise da coleta por imunohistoquímica (IHC) ou hibridação fluorescente in situ (FISH).
No caso de imunohistoquímica, cabe analisar se o resultado é:
- 0 ou 1+: indica o câncer HER2- (negativo) no qual não há excesso da proteína nas células. Neste caso, o tumor não responde ao tratamento com medicamentos que inibem a proteína HER2;
- 2+: este resultado é considerado inconclusivo e, por isso, costuma-se solicitar um novo teste, que pode ser o FISH;
- 3+: aqui, o câncer é HER2+ (positivo) e pode ser tratado com terapia-alvo.
Identificar o grau de HER2 para saber se é positivo ou negativo pode indicar o aparecimento de um câncer mais agressivo, por isso, esse rastreamento é essencial.
Leia também: 7 tipos de câncer de mama: conheça quais são e suas características
Tratamentos para o câncer de mama HER2
O tratamento para o câncer de mama HER2 é feito por meio de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia, a depender dos receptores de estrogênio, progesterona e HER2 encontrados.
Nos últimos anos, o tratamento avançou muito, pois em casos específicos pode ser tratado por meio de terapias-alvo que bloqueiam a ação da proteína HER2.
Antes de optar pelo tratamento ideal, também é importante analisar se ele se encaixa em uma das categorias abaixo:
- Triplo negativo, isto é, não tem receptores de estrogênio e progesterona e HER2. Neste caso, a terapia hormonal não é indicada e nem a terapia-alvo, pois não teriam efeito. A quimioterapia neste caso pode ser a melhor opção.
- Triplo positivo: aqui, há receptores de estrogênio, progesterona e HER2, o que indica também a possibilidade de tratamento pelas três formas distintas: quimio, terapia-alvo e medicamentos hormonais.
Como funciona o tratamento com terapia-alvo?
A terapia-alvo ataca as células que possuem HER-2, e existem já medicamentos aprovados pelo SUS para o tratamento com terapia alvo.
Quando possível de ser aplicado, a terapia alvo é um dos tratamentos que têm mais eficácia e menos efeitos colaterais.
Quando a cirurgia é necessária?
A cirurgia pode ser indicada em alguns casos de carcinoma invasivo, retirando todo o tumor.
A mastectomia, ainda que mais invasiva, pode ser a melhor em casos de lesões extensas ou múltiplas, já a quadrantectomia, uma cirurgia conservadora na qual se remove o tumor e uma parte do tecido ao redor, preservando o máximo possível da mama, pode ser uma opção em situações de lesões menores.
Também podem ser usadas medicações para redução do tumor antes de optar pela cirurgia, podendo migrar para uma cirurgia menos invasiva.
Após a cirurgia, outros tratamentos podem ser necessários para eliminar células tumorais restantes, como a quimioterapia, a terapia anti-Her-2 e o bloqueio hormonal.
Importância dos exames de prevenção para câncer de mama
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O câncer de mama é uma doença que pode surgir por causa de vários fatores, mas independente disso, a prevenção é indispensável.
Pelo menos 17% são evitáveis apenas com a adoção de hábitos saudáveis, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Outro problema é a detecção tardia. Mônica de Assis, tecnologista da Divisão de Detecção Precoce e Apoio Organização de Rede do Instituto Nacional de Câncer (INCA), explicou em reunião do Conselho Nacional de Saúde que 41% dos casos começam a ser tratados nos estádios 3 e 4 da doença.
Realizar o autoexame de mamas e fazer o check-up periódico é essencial para garantir mais saúde e prevenção.
Conclusão
O câncer de mama HER2 é um dos tipos de câncer de mama e sua detecção precisa é fundamental para determinar o tratamento adequado.
Alguns tratamentos têm sido bastante efetivos, como os de terapia-alvo.
Os avanços na terapia-alvo têm mostrado eficácia significativa, oferecendo mais esperança e melhor prognóstico no câncer de mama HER2 positivo.
A prevenção e a detecção precoce são essenciais, pois aumentam as chances de um tratamento bem-sucedido e reduzem a mortalidade associada ao câncer de mama.