O câncer de pele no verão exige cuidados ainda maiores, tendo em vista que essa é justamente a época em que a exposição aos raios ultravioleta (UV) atinge níveis críticos.
A combinação de clima quente, férias, lazer ao ar livre e menor atenção aos horários de risco torna essa estação particularmente arriscada para o surgimento ou agravamento de lesões cutâneas.
Pela importância do tema, neste artigo vamos entender porque o verão exige maior atenção. Também vamos apresentar os principais cuidados que você pode adotar para proteger sua pele — e a de quem você ama.
Incidência do câncer de pele no Brasil e no mundo
A conscientização da dimensão do câncer de pele no verão passa, antes de tudo, pelos números. Analisar como a doença se comporta ajuda a entender o tamanho do desafio e a urgência da prevenção.
Dados mais recentes mostram um cenário preocupante, reforçando que a exposição solar excessiva continua sendo o principal fator de risco.
No Brasil, o panorama é alarmante. O Ministério da Saúde estima que, entre 2023 e 2025, o país registre 220.490 novos casos anuais de câncer de pele não melanoma. Além disso, também projeta o surgimento de 9.000 casos anuais de melanoma da pele — o tipo mais grave da doença. Esses números colocam o câncer de pele como o tipo de câncer mais incidente no país, respondendo por cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer.
Já no contexto global, a Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), aponta que cerca de 330 mil novos casos de melanoma da pele surgem anualmente em todo o mundo. A maior incidência ocorre em países com elevada exposição solar e predominância de pele clara — como a Austrália, a Nova Zelândia e regiões do norte da Europa.
Esses números revelam duas mensagens importantes:
1. O câncer de pele, em especial no período de exposição intensa ao sol, é prevalente tanto no Brasil quanto no mundo;
2. As estatísticas não devem ser ignoradas, pois a estação de verão potencializa ainda mais situações de risco.
Por que o verão é o período mais preocupante quando o assunto é câncer de pele?
A estação mais quente do ano reúne duas condições que elevam o risco de câncer de pele no verão: maior exposição ao sol e menor percepção dos danos cumulativos.
Em primeiro lugar, os índices de radiação ultravioleta (UV) são tipicamente mais altos nos meses de verão. Por outro lado, os raios UVA e UVB penetram a pele provocando danos ao DNA das células — o que favorece o surgimento de tumores cutâneos.
Em segundo lugar, o comportamento de lazer tende a aumentar. Idas à praia, piscinas, esportes ao ar livre, longos passeios sem proteção adequada e mais tempo de exposição sem sombra ou filtro solar.
Além disso, a radiação UV refletida por superfícies como areia, água e concreto contribui para a incidência de queimaduras solares. Inclusive, os episódios de queimadura são um fator-chave no aumento do risco de lesões malignas.
É importante lembrar que mesmo em dias nublados ou na cidade, o risco não desaparece. Afinal, a maioria dos cânceres de pele são causados por exposição excessiva à luz ultravioleta, exigindo proteção adequada o ano inteiro.
Portanto, quando o verão se instala, os fatores se somam: exposição elevada, atitudes relaxadas e menos vigilância. Tudo isso leva a uma combinação perigosa para o desenvolvimento do câncer de pele.
Cuidados essenciais para evitar o câncer de pele no verão
Já que na estação mais quente do ano os riscos aumentam, vamos detalhar as 8 práticas essenciais para prevenir o câncer de pele no verão de forma eficaz e prática. Acompanhe e aumente sua proteção e das pessoas que ama!
1. Uso correto do protetor solar
Aplicar filtro solar com fator de proteção (FPS) adequado (geralmente FPS 30 ou mais) é indispensável. Mas não basta aplicar de manhã e “esquecer”: é necessário reaplicar a cada duas horas ou após nadar ou suar bastante.
Além do mais, o protetor deve cobrir todas as áreas expostas, incluindo orelhas, nuca, pés e mãos.
Estudos associam exposições intensas à radiação UV com risco elevado de melanoma e outros tipos de câncer de pele. Por isso, mantenha o protetor na bolsa ou mochila sempre que sair e não confie apenas em “fator alto”.
Pensando na prevenção ao câncer de pele no verão, a quantidade aplicada e a reaplicação fazem diferença.
2. Vestuário e acessórios de proteção
Roupas de tecido fechado, chapéu de abas largas, óculos de sol com proteção UV e até guarda-sol são grandes aliados. Quanto mais proteção física oferecida, menor será a exposição solar direta, assim, peças de vestuário com manga longa e tecidos mais fechados oferecem maior proteção.
Para quem vai à praia ou pratica atividades ao ar livre no verão, vale investir em roupas com proteção UV (UPF). Ou, simplesmente, manter o hábito de se cobrir sempre que possível.
3. Evitar horários de pico solarajuda a prevenir o câncer de pele no verão
Os raios UV atingem seu pico entre cerca de 10 h e 16 h (dependendo da latitude). Evitar exposição direta durante esse intervalo reduz significativamente o risco de queimaduras e danos acumulados.
Mesmo com sombra ou nuvens, a radiação refletida ou difusa pode ser intensa. A prevenção consiste em buscar sombra, usar chapéu ou permanecer em ambientes internos nesse período crítico.
4. Hidratação e alimentação antioxidante
A pele que está bem hidratada e nutrida resiste melhor aos danos e ajuda a prevenir o câncer de pele no verão. Nesse sentido, procure:
- Manter boa ingestão de água, evitar desidratação — comum em verão com calor intenso;
- Adotar alimentação rica em antioxidantes, como frutas vermelhas, cenoura, tomate.
Esses cuidados ajudam na proteção celular, reduzindo as chances de danos à pele.
5. Exames dermatológicos preventivos
Mesmo quem se cuida pode ter lesões iniciais que passam despercebidas.
Desse modo, agendar uma avaliação com dermatologista ao menos uma vez por ano (ou mais frequentemente, se tiver fatores de risco) permite detecção precoce. Quanto antes iniciar o tratamento, maiores as chances de sucesso no tratamento dos diferentes tipos de cânceres.
Em especial no verão, após períodos prolongados de exposição solar, vale atenção extra a manchas que coçam, sangram ou mudam de forma.
6. Cuidados com crianças e idosos
Esses dois grupos exigem vigilância redobrada. Crianças acumulam exposição ao longo da vida e queimaduras na infância são fortemente associadas ao aumento de risco futuro de câncer de pele. Além disso, idosos muitas vezes têm a pele mais fragilizada ou já com danos acumulados.
Prevenção ao câncer de pele no verão inclui mantê-los em ambientes com sombra, limitar tempo de exposição direta ao sol e proteger com roupa e protetor solar.
7. Proteção em ambientes urbanos e de trabalho
Não só praia e lazer: no verão, muitos trabalhadores ao ar livre (como construção civil, agricultura, serviços urbanos) sofrem exposição intensa ao sol.
Mesmo na cidade, caminhadas sob sol forte, reflete do concreto, janelas sem proteção etc. aumentam o risco.
Empresas e trabalhadores devem adotar políticas de proteção (chapéu, roupas, pausas à sombra, filtro solar). Quanto aos indivíduos urbanos, devem estar conscientes de que morar na “cidade” não significa “proteção total” em termos de raios UV.
8. Reconhecer sinais de alerta e agir rápido
Saber identificar manchas que mudam de cor, feridas que não cicatrizam, pintas maiores que 6 mm ou com bordas irregulares é vital. Ou ainda, áreas que coçam ou sangram.
O diagnóstico precoce de câncer de pele facilita tratamento menos invasivo e melhores resultados.
Portanto, estar atento ao próprio corpo e consultar um especialista ao menor sinal são atitudes tão importantes quanto usar protetor solar diariamente.
Essas práticas, quando adotadas de forma consistente, formam uma “linha de defesa” robusta contra o câncer de pele no verão. O ideal é que a prevenção se torne hábito, não apenas durante os meses em que nosso corpo está mais exposto aos raios UV, mas todos os dias do ano.
Próximos passos para se proteger do câncer de pele no verão
A realidade é clara: o câncer de pele no verão não é apenas uma possibilidade vaga. Mas uma ameaça real de diagnóstico diante da combinação entre maior radiação, lazer ao sol e menor vigilância.
Como vimos, os números no Brasil e no mundo não são confortáveis — e o verão agrava o cenário.
A boa notícia é que grande parte dos casos pode ser evitada ou detectada em estágio inicial por meio das práticas acima. Quanto mais cedo você adotar essas medidas, mais forte será sua proteção.
Agora, transforme essas orientações em ação: reforce seu protetor solar, encaixe uma consulta com dermatologista e torne sua rotina de verão — e de qualquer estação — mais consciente e protetiva.
Para saber mais, sugerimos a leitura de mais esse conteúdo de nosso blog:
Entenda o que é um carcinoma, além de seus tipos, causas e sintomas


