Os estágios do câncer de pulmão determinam a gravidade e extensão desta doença, que se desenvolve quando células malignas crescem descontroladamente nos tecidos pulmonares.
Classificados de I a IV, esses estágios do câncer de pulmão indicam desde tumores localizados até metástases em outros órgãos, sendo fundamentais para definir o tratamento e o prognóstico.
Para que você entenda melhor sobre o assunto, neste texto abordaremos como a doença é categorizada, seus sintomas, métodos de diagnóstico e as opções terapêuticas disponíveis em cada fase.
O que é câncer de pulmão?
O câncer de pulmão ocorre quando células anormais se multiplicam de forma descontrolada nos pulmões, o que forma tumores que podem invadir tecidos e se espalhar pelo corpo (metástase).
Esse tipo de câncer está entre os mais frequentes globalmente, liderando em homens e ocupando a terceira posição em mulheres, de acordo com dados da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC/OMS), por meio da plataforma GLOBOCAN 2022.
Os dados ainda sugerem que o tabagismo é o principal fator de risco, responsável por cerca de 85% dos casos, tornando-o uma das doenças mais evitáveis.
Quantos estágios o câncer de pulmão possui e como eles são classificados?
Os estágios do câncer de pulmão são quatro (I a IV), que refletem a progressão da doença desde um tumor localizado até a disseminação para outros órgãos.
Essa estratificação é uma das informações importantes para determinar as opções terapêuticas e o prognóstico do paciente.
Entenda detalhes sobre cada um dos estágios do câncer de pulmão abaixo.
Estágio 1: tumor localizado e menor agressividade
No estágio inicial, o câncer de pulmão se manifesta com nódulos pequenos, geralmente com até dois ou três centímetros de diâmetro.
O ponto mais relevante nesse momento é que o tumor está restrito ao pulmão, sem sinais de disseminação para os linfonodos ou outras partes do corpo.
Aqui, o tratamento principal costuma ser a cirurgia, com o objetivo de remover completamente o tumor.
Em alguns casos, a quimioterapia e a radioterapia podem ser indicadas como forma de prevenção, com foco em eliminar possíveis células cancerosas residuais que não foram identificadas.
Dentre os estágios do câncer de pulmão, neste, a taxa de sobrevida após cinco anos é de aproximadamente 70%.
Estágio 2: início da disseminação
Nesta fase, o câncer de pulmão já atingiu os linfonodos próximos ao órgão e a região torácica.
Isso indica que a doença começa a se tornar mais agressiva, com maior risco de se espalhar para outras áreas do corpo.
Embora a cirurgia ainda tenha papel importante, ela passa a ser combinada com mais frequência com sessões de quimioterapia.
Estágio 3: avanço significativo da doença
O estágio 3 marca um avanço considerável do câncer.
A maioria dos diagnósticos acontece nesta etapa ou na seguinte, já que os sintomas iniciais são muitas vezes inespecíficos ou inexistentes.
Quando surgem, costumam incluir tosse persistente, falta de ar, dores no peito e presença de sangue ao tossir.
Nessa fase, o tumor já se espalhou para diversos linfonodos e pode ter aumentado de volume.
Isso significa que a cirurgia, sozinha, raramente é suficiente.
Então, o tratamento passa a incluir quimioterapia, radioterapia e, em muitos casos, terapias mais modernas como a terapia-alvo e a imunoterapia, que têm como objetivo controlar melhor a progressão da doença.
Estágio 4: metástase e maior complexidade no tratamento
O estágio 4 é considerado o mais grave, pois o câncer já se espalhou para outros órgãos, como fígado, ossos ou cérebro.
Nessa etapa, o tumor costuma apresentar grande variação entre as células cancerosas, o que dificulta bastante a escolha de um único tratamento eficaz.
Assim, a cirurgia com intenção curativa praticamente deixa de ser uma opção, sendo indicada apenas em casos específicos, como forma de aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Já o tratamento padrão envolve quimioterapia, radioterapia e, cada vez mais, imunoterapia e terapia-alvo, que vêm trazendo novos horizontes para pacientes com doença avançada.
Estudos recentes indicam que até 16% dos pacientes que respondem bem à imunoterapia conseguem ultrapassar esse marco.
Ainda que esse número pareça pequeno, representa um avanço importante no combate ao câncer de pulmão.
Quais são os sintomas mais comuns nos estágios iniciais do câncer de pulmão?
Os sintomas de câncer no pulmão no estágio inicial são:
- tosse persistente;
- tosse com sangue;
- falta de ar;
- rouquidão;
- dor no peito;
- dor no ombro ou braço;
- perda de peso sem explicação;
- cansaço excessivo;
- falta de apetite;
- inchaço no rosto ou pescoço;
- infecções respiratórias frequentes.
Em qual estágio o câncer de pulmão costuma se espalhar para outros órgãos (metástase)?
O câncer de pulmão costuma se espalhar para outros órgãos no estágio 4, quando ocorre a metástase.
Quais exames são utilizados para determinar o grau de estadiamento (fase) do câncer de pulmão?
Os exames usados podem ser:
- tomografia computadorizada (TC);
- pet scan (tomografia por emissão de pósitrons);
- ressonância magnética do cérebro;
- cintilografia óssea;
- biópsia transtorácica percutânea;
- biópsia por broncoscopia;
- biópsia por agulha guiada por tc;
- biópsia pulmonar cirúrgica;
- análise do escarro (citologia).
Existe chance de cura em todos os estágios do câncer de pulmão?
A chance de cura do câncer de pulmão é maior nos estágios iniciais, quando o tumor ainda está localizado, e diminui conforme a doença avança e se espalha para outros órgãos.
Quais são os principais tratamentos indicados para cada estágio?
Nos estágios I e II, o câncer de pulmão é tratado principalmente com cirurgia, que pode ser associada à quimioterapia após a operação.
No estágio III, o tratamento combina cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, imunoterapia ou terapia-alvo.
Já no estágio IV, o foco é controlar a doença e aliviar os sintomas com tratamentos sistêmicos e cuidados paliativos.
Conclusão
Os estágios do câncer de pulmão são classificados em quatro (I a IV), cada um com características e abordagens terapêuticas distintas.
Como você viu por aqui, nos estágios iniciais (I e II), o tumor está mais localizado, o que permite tratamentos como cirurgia e quimioterapia, com maiores chances de cura.
Já nos estágios avançados (III e IV), a doença se torna mais agressiva, o que exige terapias combinadas, como radioterapia, imunoterapia e cuidados paliativos.
Portanto, a detecção precoce é crucial, e sintomas como tosse persistente, dor no peito e perda de peso podem ser sinais de alerta.
E embora o estágio IV tenha prognóstico mais reservado, avanços na imunoterapia trazem novas esperanças.
Por fim, reforçamos que o diagnóstico preciso, por meio de exames como tomografia e biópsia, é essencial para definir o melhor tratamento e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Referências
- GLOBOCAN
- Instituto Vencer o Câncer
- A.C Camargo Cancer Center
- Oncoville
- Veja Saúde
