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Mieloma Múltiplo: entenda mais sobre o câncer que afeta os plasmócitos

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O mieloma múltiplo é um tipo de câncer maligno que costuma afetar, de maneira mais frequente, pessoas acima dos 50 anos.

A doença pode causar dores ósseas e aumentar a predisposição a infecções, mas a princípio não costuma apresentar sintomas. Em alguns casos, ela pode ser descoberta em exames de rotina, antes de apresentar sinais.

Nessas situações, geralmente é possível esperar o aparecimento dos primeiros sinais antes de iniciar o tratamento, mas vai depender das condições particulares de cada paciente.

Quer entender mais sobre o assunto? Confira, abaixo, mais informações!

O que é mieloma múltiplo?

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que afeta os plasmócitos (células do sangue que pertencem ao sistema imunológico), presentes na medula óssea responsáveis pela produção de imunoglobulinas, isto é, as proteínas responsáveis pela defesa do organismo conhecidas como anticorpos.

Este é um tipo de tumor maligno que tem origem na medula óssea a partir da proliferação das células cancerosas, chamadas de plasmócitos clonais neoplásicos. 

Quando essas células se acumulam na medula óssea, elas comprometem a produção de  glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas e também a produção de anticorpos de defesa, o que deixa os pacientes mais suscetíveis a infecções.

Causas do mieloma múltiplo

As causas deste tipo de câncer não são conhecidas e, portanto, também não é possível saber exatamente como preveni-lo.

Sabe-se, no entanto, que a idade média deste tipo de câncer é de aproximadamente 70 anos e que há uma incidência maior em pessoas afro-americanas. 

Os pesquisadores identificaram também que existe uma relação entre o aparecimento do mieloma e de uma condição chamada de gamopatia monoclonal (MGUS), isto é, a concentração de imunoglobulina monoclonal.

Por fim, outro possível fator de risco identificado é a hereditariedade, a exposição à radiação e a solventes, como o benzeno.

Principais sintomas do mieloma múltiplo

Mieloma múltiplo: principais sintomas

Na maioria dos casos os plasmócitos invadem os ossos e os pacientes podem apresentar dores ósseas, especialmente nas regiões das costas, costelas e quadris.

Quando ocorre maior produção da proteína M, o paciente também pode apresentar cansaço, fraqueza, constipação intestinal, sede em excesso, infecções constantes, dentre outros sintomas.

Estes últimos sintomas são geralmente causados pelas complicações da doença, como a anemia, a insuficiência renal e a síndrome da hiperviscosidade, que torna o sangue espesso e pode afetar o fluxo para as extremidades do corpo e para o rim. 

Podem ser identificados nos pacientes, a eliminação das proteínas de Bence-Jones e de excesso de ácido úrico na urina.

Leia também: Doenças dos ossos: confira as principais e o que fazer para evitá-las

Como é feito o diagnóstico do mieloma múltiplo?

Para o diagnóstico do mieloma múltiplo podem ser solicitados:

  • Exames de sangue e de urina

Esses exames avaliam níveis de cálcio e alterações nas proteínas monoclonais. O de sangue, mais especificamente, pode revelar baixa quantidade de glóbulos brancos e plaquetas ou mesmo insuficiência renal.

A eletroforese de proteínas e imunoeletroforese de soro e urina são bastante utilizados, pois detectam se existe a superprodução de um anticorpo.

Já na urina é possível investigar se há formação das proteínas de Bence-Jones ou de outras proteínas.

  • Exames de imagem

Os exames de imagem podem ser solicitados para investigar lesões líticas nos ossos. Dentre eles estão tomografia, radiografia, ressonância magnética, densitometria óssea e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT).

  • Aspirado e biópsia de medula óssea

Por esses exames é possível confirmar o diagnóstico por meio da identificação e quantificação dos plasmócitos. 

No aspirado é feita uma sucção do líquido da medula óssea e na biópsia remove-se um pedaço da medula.

Estadiamento do mieloma múltiplo

O estadiamento é uma classificação usada para determinar a extensão do tumor e o quanto ele se disseminou para outros órgãos.

A classificação no caso do mieloma é feita pelo Sistema de Estadiamento Internacional Revisado (RISS). Para isso são considerados:

  • quantidade de albumina, beta-2-microglobulina e LDL no sangue;
  • citogenética do câncer.

Segundo o RISS, o mieloma pode ser classificado em três estágios:

  • Estágio I: Microglobulina sérica beta-2 < 3,5mg/l, nível de albumina ≥ 3,5g/dL, citogenética não é considerada de alto risco, níveis de LDH normais.
  • Estágio II: não se encaixa nos critérios do estágio I e II;
  • Estágio III: Microglobulina sérica beta-2 ≥ 5,5mg/l, citogenética de alto risco e/ou níveis altos de LDH.

Qual o tratamento para mieloma múltiplo?

Mieloma múltiplo: principais sintomas

O mieloma múltiplo não tem cura, mas o tratamento teve muitos avanços nos últimos anos e permite que os pacientes tenham maior qualidade de vida.

De acordo com artigo publicado na Revista Médica de Minas Gerais, a sobrevida do mieloma múltiplo para os pacientes que possuem a doença pode variar muito,  até mais de uma década.

O tratamento ajuda a retardar a progressão da doença e evitar ou aliviar as complicações e envolve:

  • terapia local, como cirurgia e radioterapia, sendo mais indicados para estágios iniciais da doença;
  • tratamento sistêmico com medicamentos, como transplante de células-tronco, terapia com células T-CAR e tratamentos de suporte.

O tratamento de células tronco geralmente é feito em pessoas com menos de 70 anos que apresentam uma boa saúde basal.

Cuidados adicionais 

Mesmo após o término do tratamento, os médicos podem precisar acompanhar o paciente por anos e, em alguns casos, o tratamento regular pode ser necessário para manter a doença sob controle.

É importante incentivar os hábitos saudáveis no paciente e ficar atento às recidivas da doença.

Conclusão

O mieloma múltiplo é um câncer maligno que afeta os plasmócitos na medula óssea, comprometendo a produção de células sanguíneas e anticorpos. 

Predominantemente diagnosticado em pessoas acima dos 50 anos, a doença muitas vezes é assintomática no início e pode ser descoberta em exames de rotina. 

O diagnóstico envolve exames de sangue, urina, imagem e biópsias. Já a classificação do estágio da doença é feita pelo Sistema de Estadiamento Internacional Revisado (RISS).

Embora não tenha cura, o tratamento tem avançado significativamente, permitindo maior qualidade de vida aos pacientes.

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