O mieloma múltiplo é um tipo de câncer maligno que costuma afetar, de maneira mais frequente, pessoas acima dos 50 anos.
A doença pode causar dores ósseas e aumentar a predisposição a infecções, mas a princípio não costuma apresentar sintomas. Em alguns casos, ela pode ser descoberta em exames de rotina, antes de apresentar sinais.
Nessas situações, geralmente é possível esperar o aparecimento dos primeiros sinais antes de iniciar o tratamento, mas vai depender das condições particulares de cada paciente.
Quer entender mais sobre o assunto? Confira, abaixo, mais informações!
O que é mieloma múltiplo?
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que afeta os plasmócitos (células do sangue que pertencem ao sistema imunológico), presentes na medula óssea responsáveis pela produção de imunoglobulinas, isto é, as proteínas responsáveis pela defesa do organismo conhecidas como anticorpos.
Este é um tipo de tumor maligno que tem origem na medula óssea a partir da proliferação das células cancerosas, chamadas de plasmócitos clonais neoplásicos.
Quando essas células se acumulam na medula óssea, elas comprometem a produção de glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas e também a produção de anticorpos de defesa, o que deixa os pacientes mais suscetíveis a infecções.
Estágios do mieloma múltiplo
Abaixo, conheça os dois estágios desta condição.
1. Sistema Durie-Salmon
Esse sistema é um dos primeiros desenvolvidos para classificar o mieloma múltiplo. Ele divide a doença em três estágios, mas aqui vamos focar em estágio I e estágio II:
- Estágio I (Inicial ou Indolente):
- Caracterizado por baixos níveis de paraproteína no sangue ou urina.
- A massa tumoral (quantidade de células do mieloma no corpo) é considerada pequena.
- Há pouca ou nenhuma evidência de danos ao corpo, como anemia, problemas renais ou lesões ósseas.
- Geralmente é assintomático ou apresenta sintomas leves.
- Estágio II (Intermediário):
- Situa-se entre os estágios I e III em termos de gravidade.
- A massa tumoral é maior que no estágio I, mas ainda não é tão significativa quanto no estágio III.
- Os danos ao organismo começam a surgir, como leves alterações nos ossos ou discreta redução da função renal.
2. Sistema de Estadiamento Internacional (ISS)
O ISS é mais recente e mais simples. Ele usa apenas dois marcadores sanguíneos para classificar o mieloma:
- Albumina sérica: Indicador de saúde geral.
- Beta-2 microglobulina: Relacionada à massa tumoral e à função renal.
Estágio I:
- Beta-2 microglobulina: < 3,5 mg/L.
- Albumina sérica: ≥ 3,5 g/dL.
- Esse estágio indica menor carga tumoral e melhor prognóstico.
Estágio II:
- Não se enquadra nos critérios de estágio I ou III.
- Representa um estado intermediário de gravidade.
- Pode incluir alterações leves no funcionamento dos órgãos e início de sintomas clínicos.
Qual a causa do mieloma múltiplo?
As causas deste tipo de câncer não são conhecidas e, portanto, também não é possível saber exatamente como preveni-lo.
Sabe-se, no entanto, que a idade média deste tipo de câncer é de aproximadamente 70 anos e que há uma incidência maior em pessoas afro-americanas.
Os pesquisadores identificaram também que existe uma relação entre o aparecimento do mieloma e de uma condição chamada de gamopatia monoclonal (MGUS), isto é, a concentração de imunoglobulina monoclonal.
Por fim, outro possível fator de risco identificado é a hereditariedade, a exposição à radiação e a solventes, como o benzeno.

Fatores de risco para mieloma múltiplo
Existem alguns fatores de risco para desenvolver essa condição, como idade, sexo, raça, histórico familiar e a gamopatia monoclonal de significado indeterminado.
Entenda mais na sequência.
Idade
A probabilidade de desenvolver a doença cresce com o avanço da idade, pois a maioria dos diagnósticos ocorre em pessoas acima dos 50 anos.
Nesse sentido, o processo natural de envelhecimento parece aumentar a vulnerabilidade das células plasmáticas a transformações malignas.
Sexo
Os homens têm uma probabilidade ligeiramente maior de desenvolver essa doença do que as mulheres, embora a razão para essa diferença ainda não seja completamente entendida.
Raça
A etnia também desempenha um papel, com afrodescendentes apresentando um risco maior de desenvolvimento, em comparação com outras populações.
Histórico familiar
Pessoas com parentes próximos que tiveram mieloma apresentam maior risco de desenvolver a condição, embora seja raro que ocorra em várias gerações de uma mesma família.
Esse histórico familiar sugere uma predisposição genética que, somada a outros fatores, pode elevar o risco de mieloma.
Gamopatia monoclonal de significado indeterminado (MGUS)
Esse tipo de câncer quase sempre evolui a partir da MGUS, uma condição em que proteínas monoclonais anormais estão presentes no sangue, mas sem sintomas específicos.
Para pessoas com MGUS, o risco de progressão para mieloma aumenta em 1% ao ano, o que exige monitoramento regular para um diagnóstico precoce da doença.
Quais são os sintomas do mieloma múltiplo?
Na sequência, conheça uma lista com todos os sintomas desta doença, desde baixas taxas sanguíneas e comprometimento renal até problemas ósseos e sintomas neurológicos.
Baixas taxas sanguíneas
O mieloma pode substituir células saudáveis da medula óssea, o que resulta em anemia (causando fadiga e falta de ar), leucopenia (aumentando o risco de infecções) e trombocitopenia, que pode levar a sangramentos.
Comprometimento renal
Proteínas do mieloma podem prejudicar os rins, que perdem a capacidade de filtrar adequadamente o sangue, o que causa inchaço, falta de ar e outros sintomas.
Danos nos nervos e hiperviscosidade
Proteínas anormais podem causar danos aos nervos, o que leva a fraqueza e dormência.
Em alguns casos, essas proteínas tornam o sangue mais espesso, um fator que dificulta o fluxo e gera sintomas como tontura e confusão.
Hipercalcemia
Quando o cálcio é liberado devido à destruição óssea, ele pode se acumular no sangue, o que causa sintomas como desidratação, confusão mental, constipação e até mesmo insuficiência renal.
Infecções
A imunidade reduzida torna os pacientes com esta doença mais suscetíveis a infecções, sendo a pneumonia uma complicação comum e grave.
Problemas ósseos
A dor óssea, especialmente nas costas, quadris e crânio, é comum.
Neste cenário, pode haver fraqueza óssea generalizada (osteoporose) e fraturas, que ocorrem com facilidade, mesmo com lesões leves.
Leia também: Doenças dos ossos – confira as principais e o que fazer para evitá-las
Sintomas neurológicos
Ossos enfraquecidos na coluna podem pressionar a medula espinhal, o que gera dor intensa, dormência e até paralisia.
Este quadro, chamado compressão da medula espinhal, requer atendimento médico imediato.
Como é feito o diagnóstico do mieloma múltiplo?
Para o diagnóstico do mieloma múltiplo podem ser solicitados:
- Exames de sangue e de urina
Esses exames avaliam níveis de cálcio e alterações nas proteínas monoclonais. O de sangue, mais especificamente, pode revelar baixa quantidade de glóbulos brancos e plaquetas ou mesmo insuficiência renal.
A eletroforese de proteínas e imunoeletroforese de soro e urina são bastante utilizados, pois detectam se existe a superprodução de um anticorpo.
Já na urina é possível investigar se há formação das proteínas de Bence-Jones ou de outras proteínas.
- Exames de imagem
Os exames de imagem podem ser solicitados para investigar lesões líticas nos ossos. Dentre eles estão tomografia, radiografia, ressonância magnética, densitometria óssea e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT).
- Aspirado e biópsia de medula óssea
Por esses exames é possível confirmar o diagnóstico por meio da identificação e quantificação dos plasmócitos.
No aspirado é feita uma sucção do líquido da medula óssea e na biópsia remove-se um pedaço da medula.


Qual tratamento do mieloma múltiplo?
O mieloma múltiplo não tem cura, mas o tratamento teve muitos avanços nos últimos anos e permite que os pacientes tenham maior qualidade de vida.
De acordo com artigo publicado na Revista Médica de Minas Gerais, a sobrevida do mieloma múltiplo para os pacientes que possuem a doença pode variar muito, até mais de uma década.
O tratamento ajuda a retardar a progressão da doença e evitar ou aliviar as complicações e envolve:
- terapia local, como cirurgia e radioterapia, sendo mais indicados para estágios iniciais da doença;
- tratamento sistêmico com medicamentos, como transplante de células-tronco, terapia com células T-CAR e tratamentos de suporte.
O tratamento de células tronco geralmente é feito em pessoas com menos de 70 anos que apresentam uma boa saúde basal.
Qual o prognóstico do mieloma múltiplo?
O mieloma múltiplo é uma doença progressiva e incurável, mas os avanços no tratamento têm melhorado significativamente a sobrevida dos pacientes, tanto que atualmente a taxa média de sobrevida em cinco anos é de cerca de 58%.
Isso reflete um impacto positivo das terapias mais recentes.
No entanto, alguns fatores influenciam o prognóstico e podem indicar um desfecho menos favorável.
Entre esses sinais estão o estágio mais avançado da doença ao diagnóstico, baixos níveis de albumina sérica, altos níveis de beta-2 microglobulina no sangue, e a presença de certas anomalias genéticas nas células cancerígenas.
Além disso, níveis elevados de células malignas na corrente sanguínea e insuficiência renal no início do tratamento também são considerados fatores prognósticos desfavoráveis.
Pacientes com comprometimento renal, por exemplo, geralmente têm um prognóstico pior, a menos que a função dos rins melhore com o tratamento, o que pode ser alcançado com as terapias modernas disponíveis.
E dado que o mieloma múltiplo é uma condição que tende a ser fatal, é importante considerar discussões sobre o planejamento dos cuidados para o fim da vida.
Essas conversas, realizadas entre pacientes, médicos e familiares, podem incluir decisões sobre diretivas antecipadas, opções de nutrição assistida e medidas para o alívio da dor, o que proporciona maior conforto e dignidade ao paciente durante o processo da doença.
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Conclusão
O mieloma múltiplo é uma condição complexa que requer atenção e cuidado contínuos.
Apesar de ser uma doença incurável, os avanços nos tratamentos oferecem esperança, o que possibilita que muitos pacientes tenham uma vida mais longa e com melhor qualidade.
Ademais, é fundamental que os pacientes e seus familiares estejam informados sobre as opções de tratamento e os cuidados paliativos disponíveis, para promover um planejamento que priorize o conforto e a dignidade durante toda a jornada de tratamento.
Por fim, lembre-se que nós, da Natcofarma, nos dedicamos a oferecer tratamentos de alta qualidade que visam não apenas prolongar a vida dos pacientes, mas também melhorar sua qualidade de vida.
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