Os tipos de câncer de mama são diversos e apresentam características únicas, que influenciam tanto os sintomas quanto às possibilidades de tratamento.
Compreender essas diferenças é fundamental para apoiar o diagnóstico precoce e o cuidado individualizado.
Neste conteúdo, queremos acolher você com informação clara e acessível sobre os sete tipos mais conhecidos da doença.
Ao longo do texto, vamos explicar como cada um se manifesta, quais os sintomas mais comuns, os subtipos, as formas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce.
O que é o câncer de mama
O câncer de mama é uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado e anormal das células nas glândulas mamárias.
Essas células cancerosas podem formar um tumor que, se não detectado e tratado precocemente, pode se espalhar para outras partes do corpo, através do sistema linfático ou do sangue.
Neste sentido, existem vários tipos de câncer de mama, com diferentes características e abordagens de tratamento.
E para cada um dos tipos de câncer de mama, a detecção precoce, por meio de exames regulares como mamografias, é fundamental para aumentar as chances de sucesso no tratamento e reduzir a mortalidade associada a essa condição.
Quais são os 7 tipos de câncer de mama?
Os sete tipos de câncer de mama são:
- Carcinoma ductal in situ;
- Carcinoma de mama invasivo;
- Câncer de mama triplo negativo;
- Câncer de mama inflamatório;
- Doença de Paget na mama;
- Angiossarcoma de mama;
- Tumor filóide.
Na sequência, conheça mais sobre cada um deles.
1. Carcinoma ductal in situ
O Carcinoma Ductal In Situ (CDIS), também conhecido como câncer não invasivo, constitui aproximadamente 20% dos casos de câncer de mama¹.
Apesar de ser considerado um tumor maligno, o CDIS não possui a capacidade de fazer metástases, indicando que as células cancerígenas não se disseminam para os tecidos mamários circundantes ou para outros órgãos.
Devido a essa característica, os pacientes diagnosticados nesse estágio do câncer geralmente respondem positivamente aos tratamentos.
Aqui, geralmente recomenda-se a realização de uma cirurgia para a remoção do nódulo, sendo possível, em alguns casos, preservar a mama, dependendo da extensão da lesão.
Além disso, o médico responsável pode também indicar radioterapia complementar.
É crucial ressaltar que o Carcinoma Ductal In Situ frequentemente não apresenta sintomas perceptíveis.
No mais, é fundamental estar ciente de que, se não diagnosticado e tratado adequadamente em tempo hábil, esse é um dos tipos de câncer que pode evoluir para uma forma invasiva, com potencial disseminação para outras regiões do corpo.
2. Carcinoma de mama invasivo
No carcinoma invasivo, a lesão penetra no tecido mamário adjacente, o que aumenta consideravelmente as chances de as células neoplásicas se disseminarem para outros órgãos, resultando em metástases.
Neste cenário, existem dois principais tipos de câncer de mama invasivo, distintos pelo local de origem:
- Carcinoma Ductal Invasivo: este tipo compreende entre 70% a 80% de todos os casos de câncer de mama e se desenvolve no ducto mamário².
- Carcinoma Lobular Invasivo: surgindo nos lóbulos mamários, este é outro tipo significativo de câncer de mama invasivo.
3. Câncer de mama triplo negativo
No câncer de mama triplo negativo, as células tumorais não produzem a proteína HER2 e também não apresentam receptores para hormônios sexuais femininos, como estrogênio e progesterona.
Essas características tornam o diagnóstico e o tratamento hormonal trabalhosos.
Devido à sua natureza invasiva, o câncer de mama triplo negativo tem a capacidade de se espalhar rapidamente para outras células, aumentando significativamente o risco de disseminação.
Além disso, a probabilidade de recorrência após o tratamento é elevada, tornando-o um dos tipos mais desafiadores.
As abordagens terapêuticas mais recomendadas para o câncer de mama triplo negativo incluem a cirurgia, quimioterapia e imunoterapia.
4. Câncer de mama inflamatório
Seguimos nossa lista de tipos de câncer de mama apresentando o inflamatório, um tipo de carcinoma ductal invasivo que apresenta características atípicas.
Embora seja raro, seus sintomas notáveis incluem distensão, vermelhidão e inchaço na região mamária devido à obstrução dos vasos linfáticos causada pelas células cancerígenas.
O diagnóstico geralmente ocorre em estágios avançados devido à manifestação desses sintomas distintivos, tornando-o um dos tipos mais desafiadores e com elevadas chances de reincidência.
As opções de tratamento para o câncer de mama inflamatório incluem quimioterapia, cirurgia, radioterapia e hormonioterapia.
Essas abordagens visam combater a propagação do tumor e melhorar as perspectivas de tratamento para os pacientes diagnosticados com essa forma específica de câncer de mama.
5. Doença de Paget na mama
A Doença de Paget na mama, está associada a carcinomas invasivos e representa uma forma rara de câncer de mama.
Aqui, as áreas afetadas por suas células cancerígenas são a aréola e o mamilo.
Além disso, esse tipo de tumor ocorre em apenas um seio e alguns dos sintomas observados incluem:
- vermelhidão;
- coceira local;
- sensação de queimação;
- descamação;
- em certos casos, inversão do mamilo.
O tratamento para a Doença de Paget na mama envolve a aplicação dos mesmos métodos utilizados para o câncer de mama invasivo.
Isso inclui procedimentos cirúrgicos, com a possibilidade de conservação da mama em alguns pacientes, embora a retirada do mamilo seja necessária em determinadas circunstâncias, e o uso de radioterapia.
6. Angiossarcoma de mama
O angiossarcoma de mama é um dos tipos de câncer de mama raro, que afeta as células dos vasos sanguíneos ou do sistema linfático.
Este tipo de câncer pode apresentar sintomas como alterações na pele dos seios e o surgimento de nódulos.
Dada a rápida disseminação desse tumor para outras áreas do corpo, a mastectomia, que consiste na retirada total da mama, é frequentemente recomendada, mas cada caso é um cas e só quem pode recomendar o melhor tratamento é o mastologista (especialidade que trata de doenças oncológicas das mamas).
No entanto, é importante destacar que, em muitos casos, os linfonodos axilares podem ser preservados durante o procedimento cirúrgico.
7. Tumor filóide
Para fechar nossa lista de tipos de câncer de mama, apresentamos o Tumor Filoide, mais um tipo incomum de câncer de mama.
Ele se diferencia dos outros tipos de câncer mencionados anteriormente por seu desenvolvimento no estroma mamário, a região adiposa dos seios.
Assim, em grande parte dos casos, este tumor é considerado benigno, demandando apenas a sua remoção.
Ademais, incide com mais frequência no sexo feminino, após os 40 anos de idade.

Quais são os sintomas do câncer de mama?
Os sintomas do câncer de mama são³:
- inchaço em toda a mama ou em parte dela, mesmo sem sentir caroço;
- vermelhidão na pele da mama;
- mudanças na pele que lembram casca de laranja ou com covinhas;
- dor na mama ou no mamilo;
- saída de líquido claro ou com sangue pelo mamilo;
- retração ou espessamento da pele ou do mamilo;
- mamilo virado para dentro (inversão);
- caroços que podem ser sentidos na axila ou no pescoço;
- deformações ou irritações visíveis em uma parte da mama;
- inchaço na pele ou aparência diferente do habitual.
4 subtipos de câncer de mama
Os 4 subtipos de câncer de mama são:
- Luminal A: apresenta receptores de estrogênio e progesterona positivos, caracterizando-se por um crescimento mais lento;
- Luminal B: similar ao Luminal A, também possui receptores hormonais, mas apresenta um crescimento mais rápido;
- HER2: este subtipo não exibe receptores hormonais, porém demonstra expressão elevada da proteína HER2;
- Triplo Negativo: ausência de receptores hormonais e de expressão da proteína HER2. Este subtipo, que comumente afeta mulheres mais jovens, é caracterizado por um crescimento acelerado.
Quais são as formas de prevenir o câncer de mama?
As formas de prevenir o câncer de mama são⁴:
- observar as próprias mamas com frequência: serve para identificar alterações como nódulos, inchaços ou mudanças na pele ou no mamilo logo no início;
- realizar a mamografia conforme a recomendação médica: esse exame de imagem ajuda a detectar tumores ainda pequenos, mesmo antes de serem palpáveis;
- manter consultas e exames médicos em dia: consultar o médico regularmente permite o acompanhamento da saúde das mamas e a identificação precoce de qualquer anormalidade;
- adotar hábitos saudáveis no dia a dia: alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e sono de qualidade fortalecem o organismo e ajudam a prevenir doenças;
- reduzir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas: o álcool em excesso está relacionado ao aumento do risco de desenvolver câncer de mama;
- não fumar e evitar locais com fumaça: o tabagismo compromete a saúde como um todo e também pode aumentar as chances de câncer de mama;
- conhecer o histórico familiar de câncer: saber se há casos na família pode ajudar a identificar riscos genéticos e orientar a realização de exames mais específicos;
- amamentar, sempre que possível: a amamentação ajuda a proteger contra o câncer de mama ao reduzir a exposição hormonal e promover a renovação das células mamárias;
- evitar o uso de reposição hormonal sem necessidade médica: o uso prolongado e sem indicação de hormônios pode aumentar os riscos e deve sempre ser avaliado por um profissional de saúde.
Qual é a importância do diagnóstico de câncer de mama?
O diagnóstico é importante porque descobrir qualquer um dos tipos de câncer de mama ainda no início aumenta as chances de cura e torna o tratamento menos agressivo⁵.
Portanto, quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as possibilidades de um resultado positivo.
E um dos principais exames usados para essa detecção precoce é a mamografia.
Esse exame utiliza raios-x em baixa dose para produzir imagens detalhadas das mamas.
Durante o procedimento, a mama é comprimida entre duas placas para que a imagem fique mais clara e facilite a visualização de qualquer alteração, mesmo que ainda não tenha causado sintomas.
A mamografia é uma grande aliada na prevenção e no cuidado com a saúde das mulheres.
Ela permite identificar nódulos e outras alterações quando o câncer ainda está em estágio inicial.
Além disso, realizar esse exame com regularidade traz mais segurança e tranquilidade, já que ajuda a manter o controle da saúde das mamas.
A recomendação para a realização da mamografia pode variar conforme o histórico pessoal e familiar, mas, em geral, ela é indicada anualmente a partir dos 50 anos.
Já mulheres com fatores de risco, como casos de câncer de mama na família, devem conversar com um profissional de saúde para saber se precisam iniciar o acompanhamento antes dessa idade.
Qual é o tratamento mais adequado para o câncer de mama?
O tratamento mais adequado dos tipos de câncer de mama varia de acordo com o tipo do tumor, o estágio da doença, a presença de metástases e as características individuais de cada paciente.
Por isso, o plano terapêutico deve ser definido por um médico especialista, com base em exames clínicos e no resultado da biópsia.
É direito da paciente entender todas as opções disponíveis, tirar dúvidas e participar das decisões.
A seguir, veja os principais tratamentos para os tipos de câncer de mama.
Cirurgia
A cirurgia tem como objetivo retirar o tumor da mama e, quando necessário, os linfonodos da axila.
Pode ser parcial, como na quadrantectomia (remoção de apenas parte da mama), ou total, como na mastectomia (remoção completa da mama).
Em muitos casos, é possível fazer a reconstrução mamária logo após a retirada do seio.
A cirurgia costuma ser combinada com outros tratamentos, dependendo do caso.
Quimioterapia
A quimioterapia utiliza medicamentos para destruir as células cancerosas e pode ser feita por via intravenosa ou oral.
Ela costuma ser indicada antes da cirurgia (para reduzir o tumor) ou depois (para evitar que ele volte).
Em casos com metástases, o tratamento pode ser contínuo.
Apesar da eficácia, a quimioterapia tende a causar mais efeitos colaterais, como queda de cabelo, náuseas e cansaço.
Radioterapia
Esse tratamento utiliza radiação para eliminar células cancerosas remanescentes após a cirurgia ou para aliviar sintomas em casos mais avançados.
As sessões são rápidas, mas geralmente precisam ser feitas em série.
Os efeitos colaterais, por sua vez, costumam ser leves e restritos à área tratada, como vermelhidão da pele ou fadiga.
Hormonioterapia
Indicada para tumores que têm receptores hormonais (estrógeno e/ou progesterona), a hormonioterapia bloqueia a ação desses hormônios nas células do câncer.
Pode ser feita com medicamentos orais ou injetáveis, ou pela retirada dos ovários em mulheres mais jovens.
Nem todos os tipos de câncer de mama respondem bem a essa terapia, por isso ela só é usada quando indicada por exames específicos.
Terapia-alvo
Esse tipo de tratamento é mais moderno e personalizado, pois age diretamente nas alterações genéticas ou proteínas específicas das células cancerosas.
Por ser mais direcionada, costuma ter menos efeitos colaterais e maior eficácia em certos tipos de câncer de mama.
Para definir a terapia-alvo adequada, é necessário um exame detalhado do tumor, incluindo a presença do receptor HER2 e outras mutações.

Conclusão
Neste conteúdo, exploramos os sete tipos de câncer de mama mais conhecidos, com detalhes de suas características, sintomas e formas de tratamento.
Destacamos também os quatro subtipos da doença, suas diferenças hormonais e a importância do diagnóstico precoce.
Apresentamos ainda os principais sinais de alerta, formas de prevenção e o papel essencial da mamografia para detectar alterações iniciais.
Cuidar da saúde das mamas é um ato de amor-próprio, e a informação é a primeira aliada nessa jornada.
Compartilhe este conhecimento e ajude a salvar vidas.
Referências
¹ Oncoguia
² Oncoguia
³ Ministério da Saúde
⁴ Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama
⁵ Rede Santa Catarina