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Medicamento versicante e irritante

Medicamento vesicante e irritante: o que são e quais as principais diferenças

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Os medicamentos vesicantes e irritantes são medicamentos geralmente associados a tratamentos quimioterápicos e, por isso, possuem diferentes graus de toxicidade. Eles são aplicados por punção intravenosa e podem causar lesões nos tecidos se extravasados ou infiltrados.

O extravasamento deve ser evitado ao máximo pelos profissionais de saúde e os pacientes também recebem orientações para ficarem atentos a quaisquer alterações. 

Ainda não há unanimidade no tratamento em caso de extravasamento deste tipo de medicamento e cabe a cada hospital e unidades de saúde, adotar protocolos e políticas a seguir caso isso venha a ocorrer.

Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.

O que é um medicamento vesicante?

Um medicamento vesicante é aquele que possui administração intravenosa e causa danos ao tecido se extravasado. O extravasamento desse tipo de medicamento, pode ocorrer de forma acidental, pode causar lesões e destruição do tecido, além de lesionar ossos, tendões e ligamentos.

De acordo com dados do Hospital Sírio-Libanês, a incidência de lesões por infiltração e consequente extravasamento varia de 0,1% a 6% em pacientes adultos. 

Nas crianças, essa incidência sobe para até 11% em pacientes pediátricos a depender do tipo de medicamento utilizado.

Os medicamentos vesicantes se classificam em:

Vesicantes ligantes ao DNA

Esse tipo de medicamento vesicante é muito mais danoso ao paciente, pois eles se ligam aos ácidos nucleicos dos tecidos, gerando radicais livres e inibindo a síntese de proteína. 

Eles causam destruição progressiva do tecido, podendo permanecer por até 28 dias e aumentar a lesão em até 5 cm a partir do local do extravasamento.

As lesões causadas por medicamentos ligantes ao DNA podem promover lesões mais profundas, extensas e dolorosas.

Alguns exemplos de medicamentos vesicantes ligantes ao DNA são antraciclinas, antibióticos tumorais e alguns agentes alquilantes.

Vesicantes não ligantes ao DNA

Esse tipo de medicamento age sobre as células saudáveis do tecido, gerando uma lesão mais moderada que não se espalha tanto e é neutralizada mais facilmente pelo organismo. 

Um exemplo de medicamento vesicante não ligante ao DNA são os Alcalóides da Vinca.

Quais são as medicações vesicantes?

Algumas medicações vesicantes comuns são as quimioterápicas, como o tenoposídeo, a daunorrubicina e o paclitaxel.

Entretanto, existem várias outras medicações que podem ser consideradas vesicantes.

Na quimioterapia, esse tipo de droga é aplicada no paciente para matar as células cancerígenas e, por isso, possuem alto grau de toxicidade.

Todos os doentes que recebem farmacoterapia intravenosa vesicante estão em risco de extravasamento.

Entretanto, em geral o extravasamento costuma estar associado a cateteres venosos periféricos, nos seguintes locais:

     

      • face dorsal das mãos;

      • bordos radial e cubital dos antebraços;

      • fossas antecubitais;

      • face dorsal dos pés;

      • tornozelos;

      • próximo a articulações.

    Leia também: Câncer de mama: os principais tipos da doença e como tratá-la

    Fatores de risco para o extravasamento

     

    Lsita de medicamentos irritantes e versicantes

    Existem alguns fatores que aumentam o risco de extravasamento e devem ser considerados:

       

        • a realização de punção por profissionais experientes e de forma repetida e errônea;

        • administração de quimio em regiões submetidas a radioterapia anteriormente;

        • veias frágeis e de pequeno calibre, que são comuns em pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia;

        • punções frequentes e permanência de cateteres por longos períodos;

        • portadores de doenças cutâneas generalizadas com alterações patológicas.

      O risco de extravasamento também está ligado à escolha do dispositivo, tipo de medicamento administrado, doenças vasculares periféricas, extremos de idade, estado mental alterado, dentre outros.

      Qual a diferença entre medicações irritantes e vesicantes?

      Diferente dos medicamentos vesicantes, que podem causar necrose, os medicamentos irritantes podem causar ardor, inflamação temporária e flebite.

      Quando ocorrem vazamentos, costumam provocar a sensação de queimação na pele.

      São raras as ocasiões em que os medicamentos irritantes causam danos aos tecidos, mas isso depende da quantidade de vazamento. 

      Chama-se de infiltração – e não de extravasamento – o vazamento de medicação dos medicamentos irritantes e de outros tipos de medicamentos.

      Dificilmente a infiltração pode causar danos nos tecidos, pois resulta de medicamentos que causam irritação e inflamação, mas não danos mais profundos. Ela requer observação e controle local dos sintomas de maneira geral. 

      Entretanto, em casos em que há grande quantidade de vazamento pode haver formação de lesões , edema, celulite local e síndrome compartimental aguda do membro – aumento da pressão no espaço ao redor dos músculos e ulcerações em tecido mole.

      Apesar de causar alguns danos, eles geralmente não causam problemas a longo prazo.

      Vale lembrar, ainda, que alguns medicamentos podem ser vesicantes e irritantes ao mesmo tempo.

      Como evitar o vazamento de medicamentos vesicantes e irritantes?

      A prevenção do extravasamento é essencial e deve ser adotada por todos os profissionais envolvidos na aplicação desse tipo de medicamento.

      É muito importante que ao inserir o cateter no paciente, os profissionais de saúde se atentem à fixação do cateter na pele e ao fácil acesso. Também deve haver inspeção regular à aplicação.

      Há uma preferência pelas veias basílica, cefálica e mediana antebraquial dos antebraços. Devendo ser evitadas: articulações e pregas, por serem geralmente atravessadas por tendões e nervos.

      O dispositivo de acesso venoso periférico deve estar colado com fita adesiva e ser bem fixo à pele. Além disso, ressalta-se a importância de não ocultar o local de entrada do cateter.

      Durante toda a administração é preciso monitorar sinais de extravasamento, sintomas do paciente e uma inspeção regular da área onde ocorre a aplicação.

      Os pacientes devem ser avisados sobre os possíveis riscos e também devem estar cientes de que precisam ficar atentos a sinais e sintomas diferentes.

      Eles devem ficar atentos a sinais de formigamento, dor, desconforto, ardência, inchaço, vermelhidão, formação de bolhas e úlceras e necrose.

      Leia também: Tratamento para câncer: conheça 7 tipos de terapia usadas

      Como lidar com medicamentos vesicantes vazados?

      Se houver extravasamento ou suspeita, a administração do medicamento deve parar de forma imediata. 

      Entretanto, a punção nunca deve ser removida imediatamente, mas deve-se iniciar os procedimentos necessários para retirá-la.

      De acordo com o artigo Lesões de Extravasamento de terapêutica intravenosa com propriedades vesicantes divulgado pela Universidade de Lisboa, se houver suspeita de extravasamento deve-se aspirar o catéter e drenar eventuais coleções subcutâneas.

      A elevação do membro acima do nível do coração também deve ser realizada.

      Não existe, atualmente, um consenso universal sobre o tratamento e nem estudos significativos sobre o assunto.

      De acordo com artigo da Universidade Federal de Minas Gerais sobre a prevenção e o tratamento de lesões cutâneas provocadas por extravasamento e infiltração, a decisão clínica deve ser baseada nas propriedades do fármaco em causa, disponibilidade de antídotos e características das lesões.

      Existe a possibilidade de utilizar antídotos neutralizadores, mas a técnica divide opiniões entre a comunidade médica, pois não há evidências científicas fortes de que eles funcionam.

      Entre alguns antídotos estão:

         

          • dexrazoxane para o tratamento de extravasamento de antraciclinas;

          • tiossulfato de sódio para a mecloretamina;

          • dimetilsulfóxido para antraciclinas, dentre outros.

        O uso de compressas tópicas de calor ou frio a depender do medicamento também podem ser benéficas.

        Também estão descritas na literatura médica técnicas de lavagens dos tecidos subcutâneos, lipoaspiração e cirurgia.

        Esta última é indicada em caso de lesões extensas, necrose ou inflamação devido à abordagem inicial utilizada.

        Alguns pacientes podem ser mais afetados com a aplicação de medicamentos vesicantes, mas a reação mais comum à grande parte das pessoas é o inchaço no local e a formação de bolhas.

        Como funciona a quimioterapia vesicante?

        Diferença entre medicações irritantes e versicantes

        É possível encontrar medicamentos vesicantes voltados a outras áreas, mas os principais são os da quimioterapia.

        Os fármacos quimioterápicos podem ser classificados como vesicantes, irritantes e não-vesicantes, lembrando que vesicante é a capacidade do medicamento de causar necrose tissular quando extravasa.

        De acordo com o artigo Prevenção e conduta frente ao Extravasamento de agentes antineoplásicos, publicado pela Revista Brasileira de Enfermagem, as lesões cutâneas provocadas por infiltração e extravasamento de fármacos vesicantes irritantes podem causar sérios danos ao paciente e inclusive interferir em suas atividades diárias.

        Os custos também aumentam com possíveis internações, infecções graves, amputações, funcionalidade do membro, podendo chegar ao óbito.

        Não se pode negligenciar o risco de extravasamento de medicamentos que podem causar danos ao paciente, devendo os profissionais ficar atentos a quaisquer sintomas que possam indicar maiores riscos.

        A Natcofarma produz medicamentos oncológicos com elevado padrão de qualidade.

        Possuímos laboratórios equipados com aparelhos de última geração, equipes de pesquisadores e cientistas altamente capacitados, além de contínuo investimento em inovação e pesquisa. 

        Conclusão

        Os medicamentos vesicantes são aqueles que podem causar necrose na pele quando extravasados. Já os medicamentos irritantes possuem capacidade de causar inflamação, mas dificilmente causam danos permanentes nos membros.

        Entretanto, é preciso haver um cuidado com ambas as medicações para evitar danos ainda maiores aos pacientes que já estão enfrentando a própria doença em si.

        Os profissionais que lidam com medicamentos vesicantes devem ter experiência e treinamento para saber como identificar possíveis vazamentos, mas principalmente atuar na prevenção de extravasamentos e infiltrações.

        Leia também: Medicamento Genérico: a classe de medicamentos que é um marco na saúde pública brasileira.

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