Existem vários tipos de câncer, e todos eles compartilham a mesma característica: o crescimento acelerado e desordenado de células que não cumprem seu ciclo natural de vida.
Assim, no lugar de morrerem, essas células continuam se multiplicando e formam novos tecidos, que podem invadir órgãos e comprometer o funcionamento do corpo.
Enquanto alguns surgem em tecidos epiteliais, outros têm início em ossos, músculos ou até no sangue – caso da leucemia, por exemplo. Conhecer suas particularidades ajuda a compreender melhor a doença e suas formas de prevenção.
Um ponto em comum entre eles é que, quanto mais cedo forem diagnosticados, maiores são as chances de tratamento eficaz e até de cura. O diagnóstico precoce, aliado a hábitos saudáveis e acompanhamento médico, desempenha papel fundamental na redução da mortalidade e no aumento da qualidade de vida.
Neste artigo, você vai conhecer as diferenças entre os cinco principais tipos de câncer, entendendo suas características, sintomas gerais e possibilidades de tratamento. Boa leitura!
Quais os 5 tipos de câncer mais comuns no Brasil e no mundo?
Os tipos de câncer variam em frequência dependendo da região do mundo, mas alguns aparecem com maior destaque tanto no Brasil quanto no cenário global. Veja a seguir:
- Brasil (INCA):
- Câncer de pele não melanoma — 31,3%
- Câncer de mama feminina — 10,5%
- Câncer de próstata — 10,2%
- Câncer de cólon e reto (colorretal) — 6,5%
- Câncer de pulmão — 6,7%
Fonte: INCA – Estimativa 2023–2025
- Mundo (OMS / IARC):
- Câncer de pulmão — 12,4%
- Câncer de mama feminina — 11,6%
- Câncer colorretal — 9,6%
- Câncer de próstata — 7,3%
- Câncer de estômago — 4,9%
Como podemos notar, os tipos de câncer mais comuns são muito parecidos. No Brasil, cuja alta incidência do câncer de pele não melanoma se deve, principalmente, à exposição solar intensa e desprotegida.
Já no mundo, a doença na pele sai de cena e dá lugar ao câncer de estômago, bastante comum em países asiáticos devido a fatores alimentares e genéticos.
A seguir, enfocaremos os mais recorrentes no Brasil, em ordem de incidência, com suas principais características, fatores de risco, formas de diagnóstico e tratamento.
Conheça detalhes dos 5 tipos de câncer mais comuns no Brasil
Em nosso país, o cenário do câncer tem particularidades importantes: a alta incidência do câncer de pele não melanoma o coloca no topo da lista, seguido por tumores de mama, próstata, cólon e reto e pulmão.
Conhecer suas características é importante para adotar medidas de prevenção e diagnóstico precoce – acompanhe!
1. Câncer de pele não melanoma
O câncer de pele não melanoma é o mais frequente no país, representando cerca de 31,3% dos novos casos de câncer. Ele afeta principalmente pessoas de pele clara, olhos claros e cabelos loiros ou ruivos, que são mais suscetíveis aos danos causados pelos raios ultravioleta (UV).
A exposição solar sem proteção é o principal fator de risco, assim como o histórico familiar da doença. Mas o contato frequente com produtos químicos, como arsênio, também aumenta a probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer.
Entre os sinais de alerta estão:
- Manchas avermelhadas,
- Lesões que não cicatrizam,
- Feridas que sangram com facilidade,
- Mudanças na textura da pele.
O diagnóstico é feito por avaliação clínica e confirmado por biópsia.
Já o tratamento, varia conforme o estágio, podendo incluir cirurgia, crioterapia, radioterapia ou medicamentos tópicos. Quando diagnosticado precocemente, apresenta elevadas taxas de cura.
Para prevenir, o uso diário de protetor solar, roupas com proteção UV e visitas regulares ao dermatologista são fundamentais.
2. Câncer de mama, um dos tipos de câncer mais comuns
Corresponde a 10,5% dos diagnósticos no Brasil e é o mais incidente entre as mulheres. Ele se caracteriza pela multiplicação anormal das células da mama, formando tumores que podem se espalhar para outras regiões do corpo se não forem tratados a tempo.
Entre os fatores de risco estão predisposição genética, idade acima dos 50 anos, sedentarismo, obesidade e consumo frequente de álcool. A primeira gestação após os 30 anos ou a ausência de gestações também podem aumentar a vulnerabilidade.
Os sintomas mais comuns são:
- Nódulos palpáveis,
- Alterações na pele ou no mamilo,
- Secreções e inchaço na região das axilas.
O diagnóstico é realizado com exames de imagem, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética, além de biópsia para confirmação.
As opções de tratamento incluem cirurgia (parcial ou total da mama), radioterapia, quimioterapia e terapias hormonais, dependendo do tipo e estágio da doença.
O acompanhamento regular com mastologista, a realização do autoexame e a mamografia periódica são estratégias fundamentais para aumentar as chances de cura.
3. Câncer de próstata
Representa 10,2% dos casos de câncer no Brasil e é o segundo mais comum entre homens. Afeta a glândula responsável por produzir parte do sêmen, localizada logo abaixo da bexiga. Muitas vezes, não apresenta sintomas iniciais, o que reforça a importância da detecção precoce.
O envelhecimento é o principal fator de risco, além de histórico familiar e herança genética. Homens negros também apresentam maior incidência, segundo o INCA. Hábitos pouco saudáveis, como dieta rica em gordura animal e sedentarismo, contribuem para o risco.
Quando aparecem, os sintomas incluem:
- Dificuldade para urinar,
- Presença de sangue na urina ou no sêmen,
- Dor óssea nos casos avançados.
O diagnóstico precoce depende do exame de toque retal e da dosagem de PSA no sangue.
O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal ou até vigilância ativa, em estágios iniciais. A prevenção passa por hábitos de vida saudáveis e consultas regulares, especialmente para homens a partir dos 50 anos ou antes, caso estejam em grupos de risco.
4. Câncer colorretal
Representando 6,5% dos diagnósticos no Brasil, esse tipo de câncer afeta o cólon (intestino grosso) e o reto. Geralmente, tem origem em pólipos — pequenas lesões na mucosa intestinal que podem evoluir para tumores malignos.
Os principais fatores de risco incluem idade superior a 45 anos, histórico familiar, obesidade, dieta pobre em fibras e rica em carnes processadas, além do tabagismo e do sedentarismo. Pessoas com doenças inflamatórias intestinais também apresentam maior vulnerabilidade.
Entre os sintomas estão:
- Sangue nas fezes,
- Alteração persistente no hábito intestinal (constipação ou diarreia),
- Dor abdominal, fadiga e perda de peso inexplicável.
O diagnóstico é feito por exames de imagem, como colonoscopia, que também permite a remoção de pólipos suspeitos.
O tratamento varia conforme o estágio da doença e pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
A prevenção envolve a adoção de uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e realização de colonoscopia a partir dos 45 anos ou antes, em pessoas com histórico familiar. Quando identificado precocemente, o câncer colorretal apresenta altas taxas de cura.
5. Câncer de pulmão
Em nosso país, são cerca de 6,7% dos casos. Trata-se de um dos tipos mais letais do mundo. O tabagismo é o principal fator de risco, responsável por cerca de 85% das ocorrências, mas poluição atmosférica, exposição ao amianto e histórico familiar também contribuem.
Os sintomas incluem:
- Tosse persistente,
- Escarro com sangue,
- Dor no peito,
- Falta de ar, chiado e emagrecimento sem causa aparente.
Muitas vezes, eles surgem apenas em estágios avançados, o que dificulta o diagnóstico precoce. Para identificar a doença, são usados exames de imagem como raio-X e tomografia computadorizada, além de broncoscopia e biópsia.
O tratamento depende da extensão do tumor e pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou terapias-alvo que bloqueiam mecanismos de crescimento das células cancerígenas.
A prevenção está diretamente ligada à redução do consumo de tabaco e à manutenção de um estilo de vida saudável. Consultas médicas periódicas e acompanhamento em grupos de risco aumentam as chances de diagnóstico precoce e proporciona melhores resultados no tratamento.
Como reduzir o risco de desenvolver o câncer?
Embora os tipos de câncer tenham causas multifatoriais — genética, ambiente e estilo de vida —, estudos mostram que grande parte dos casos pode ser evitada por meio de mudanças nos hábitos.
Confira alguns hábitos saudáveis fundamentais:
- Evitar o tabagismo: o cigarro é responsável por cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão e está associado a tumores de boca, garganta, bexiga e outros órgãos;
- Manter alimentação equilibrada: priorizar frutas, verduras, legumes, cereais integrais e reduzir o consumo de ultraprocessados, carnes processadas e excesso de gordura animal;
- Praticar atividade física: pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana ajudam a controlar o peso e reduzem o risco de diversos cânceres;
- Usar protetor solar diariamente: essencial para prevenir o câncer de pele não melanoma e o melanoma, mesmo em dias nublados;
- Reduzir consumo de álcool: o excesso está ligado a tumores de fígado, mama e trato digestivo;
- Realizar exames preventivos: consultas médicas regulares e exames de rastreio, como mamografia, PSA e colonoscopia, permitem o diagnóstico precoce, aumentando as chances de cura;
- Vacinação: vacinas como a contra o HPV e a hepatite B são fundamentais para prevenir cânceres relacionados a esses vírus.
Fique atento ao seu corpo, agende seus exames preventivos regularmente e incentive quem você ama a fazer o mesmo.
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