O câncer de mama é muito comentado, mas, ainda assim, podem surgir dúvidas sobre essa doença que atinge milhões de mulheres e, em menor escala, homens ao redor do mundo.
Como o conhecimento é sempre essencial, entender os sinais de alerta e os fatores de risco é o primeiro passo para o diagnóstico precoce e para o sucesso do tratamento.
Neste conteúdo, vamos apresentar um guia completo e acessível sobre os sintomas que merecem atenção. Bem como os fatores que podem aumentar o risco de desenvolver a doença e a importância de um acompanhamento médico contínuo.
Nosso principal objetivo é sempre fornecer informações claras, precisas e confiáveis, capacitando você a cuidar da sua saúde com mais segurança e confiança.
O que é o câncer de mama?
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo, depois do câncer de pele não melanoma.
Ele se desenvolve quando algumas células da mama começam a crescer de forma descontrolada e desordenada. Dessa forma, essas células podem se multiplicar e formar um tumor.
As mamas são compostas por lóbulos, que produzem o leite, e por ductos, que transportam o leite para o mamilo – além do tecido conjuntivo e gordura. O câncer de mama geralmente começa nas células que revestem os ductos ou os lóbulos.
Com o tempo, as células cancerosas podem se espalhar para outras partes do corpo através dos vasos sanguíneos ou do sistema linfático, um processo chamado metástase.
Então é crucial entender que o câncer de mama não é uma única doença. Existem vários tipos, e eles são classificados de acordo com a sua origem, o tipo de célula que afetam e o comportamento biológico do tumor.
Principais sinais de alerta do câncer de mama
A maioria dos tumores de mama tende a ser benigna. Mas é fundamental investigar qualquer alteração com o suporte de um profissional de saúde especializado.
Vale reforçar que, embora o autoexame da mama não substitua a mamografia e o exame clínico, ele é uma ferramenta importante para o autoconhecimento do corpo. Pois é essencial que toda mulher conheça suas mamas e esteja atenta a qualquer mudança.
Aqui estão os sinais de alerta mais comuns do câncer de mama, que exigem uma avaliação médica:
Nódulo ou caroço
Este é o sintoma mais comum do câncer de mama. É uma massa dura e, em geral, indolor, que pode ser sentida na mama ou na axila.
O nódulo pode ter uma forma irregular e não é móvel ao toque, diferentemente de alguns cistos ou tumores benignos.
Alterações na pele da mama
Qualquer mudança na textura ou no aspecto da pele da mama merece atenção. Por isso fique atenta para sinais como:
- Erupção: este é um dos primeiros e mais comuns sinais de câncer de mama inflamatório (IBC). Dependendo do tom de pele de uma pessoa, pode parecer vermelho, rosa ou roxo e até se assemelhar a um hematoma. Além disso, a erupção pode ou não coçar;
- Crostas: a região apresenta coceira, uma aparência escamosa e crostas – geralmente ao redor de um mamilo. É preciso ter cuidado porque o quadro pode responder ao tratamento tópico e até parecer que a pele está cicatrizando antes de retornar;
- Sulcos – semelhantes à textura de uma casca de laranja: a mudança de textura pode cobrir uma parte pequena ou grande da mama, que também pode estar inflamada e/ou parecer mais escura do que a pele ao redor. Isso se deve ao bloqueio dos vasos linfáticos da mama, que ajudam a regular os níveis de fluidos e remover substâncias nocivas;
- Nós: sinal de que um tumor está se formando sob a pele. Costuma ser o resultado dos ligamentos dentro da mama puxando a pele para dentro, dando-lhe uma aparência “amassada”;
- Inchaço: o espessamento ou inchaço do tecido mamário indica um bloqueio nos gânglios linfáticos próximos, o que pode levar à inflamação e a uma sensação de calor na área. Atente-se também à assimetria – é normal que os seios pareçam irregulares em tamanho ou plenitude, mas qualquer inchaço rápido de uma mama ou espessamento de sua pele deve ser prontamente analisado;
- Descoloração: alterações como vermelhidão ou escurecimento podem ser um sinal de tumor.
Alterações no mamilo
O mamilo é uma parte sensível e crucial da mama, e qualquer mudança em sua aparência pode ser um sinal de alerta. Por isso sempre observe se há:
- Inversão ou retração do mamilo: o mamilo pode se virar para dentro subitamente;
- Secreção do mamilo: a saída de qualquer líquido do mamilo (seja transparente, leitoso, amarelado, avermelhado ou de qualquer outra cor), que não seja o leite materno;
- Dor, vermelhidão ou inchaço no mamilo: qualquer um desses sinais, ou todos juntos, deve ser investigado.
Dor na mama ou no mamilo
De fato, a dor na mama é um sintoma menos comum do câncer de mama. Especialmente porque é mais relacionada a outras condições (como o ciclo menstrual).
Porém, uma dor persistente e localizada, que não melhora com o tempo, deve ser avaliada por um médico.
Inchaço da mama ou na axila
Um inchaço, total ou parcial, na mama pode ser um sinal de alerta.
Além disso, o inchaço ou o aparecimento de nódulos na região da axila é um sintoma importante. Pois as células cancerosas da mama podem se espalhar para os linfonodos localizados nessa área.
É importante reforçar que a presença de um ou mais desses sintomas não significa necessariamente que a pessoa tem câncer de mama. Já que muitos desses aspectos podem ser causados por condições benignas, como cistos, infecções ou alterações hormonais.
No entanto, a única forma de obter um diagnóstico preciso é através da avaliação médica e dos exames adequados. Assim, é possível iniciar o tratamento, que varia conforme o caso.
O câncer de mama em homens: um tema pouco falado
Apesar de representar uma pequena porcentagem dos casos totais de câncer de mama, os homens também podem desenvolver a doença. Isso ocorre porque eles possuem pequenas quantidades de tecido mamário, onde células malignas podem se desenvolver.
Os sintomas mais comuns em homens incluem:
- Nódulo firme e indolor na mama;
- Secreção pelo mamilo;
- Alterações visíveis na pele da região.
Infelizmente, por falta de informação, o diagnóstico em homens costuma ser tardio, o que dificulta o tratamento.
Por isso, é essencial que o tema seja discutido com mais clareza, quebrando o tabu de que câncer de mama afeta apenas mulheres.
Fatores de risco para o câncer de mama
Apresentar os fatores de risco descritos a seguir não significa que uma pessoa terá câncer de mama. Mas ajuda a identificar quem deve ter atenção redobrada com os cuidados de saúde. Os principais fatores incluem:
Idade
Embora o câncer de mama seja mais comum após os 40 anos, estudos recentes revelam um aumento preocupante nos casos em mulheres jovens. A incidência entre aquelas com menos de 35 anos passou de 2% para 5% dos diagnósticos, um dado que reforça a importância da atenção precoce aos sinais e da realização de exames preventivos, mesmo em pacientes mais jovens.
Histórico familiar e predisposição genética
Ter parentes de primeiro grau (mãe, irmã, filha) com histórico da doença aumenta o risco. Além disso, mutações genéticas como BRCA1 e BRCA2 elevam significativamente a probabilidade.
Alterações hormonais
Menstruação precoce (antes dos 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos) e terapia de reposição hormonal prolongada estão associados ao aumento do risco.
Estilo de vida
Estes são os fatores de risco relacionados ao estilo de vida, e a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar a reduzi-los.
- Obesidade ou sobrepeso: o tecido adiposo em mulheres na pós-menopausa produz estrogênio, e níveis elevados desse hormônio estão ligados ao aumento do risco de câncer de mama;
- Sedentarismo: pesquisas apontam que mulheres que adotaram e mantiveram um estilo de vida saudável — antes, durante e até dois anos após o tratamento do câncer de mama — apresentaram uma redução de 58% na mortalidade e 37% na recorrência da doença;
- Consumo de álcool: mesmo em quantidades moderadas, a ingestão de bebidas alcóolicas aumenta o risco de câncer de mama. O risco é cumulativo, e quanto maior o consumo, maior a chance;
- Uso de terapia de reposição hormonal combinada: a combinação de estrogênio e progesterona, usada por muitos anos para tratar sintomas da menopausa, aumenta o risco de câncer de mama. Já a reposição hormonal apenas com estrogênio parece ter um risco menor;
- Tabagismo: seja, ativo ou passivo, o hábito tem sido associado ao aumento do risco de câncer de mama, especialmente em mulheres mais jovens e na pré-menopausa;
- Alimentação saudável: uma dieta rica em gorduras saturadas, carnes processadas e açúcares e pobre em vegetais, frutas e fibras pode contribuir para a obesidade e, consequentemente, para o aumento do risco.
Exposição à radiação
Radioterapias na região do tórax em idade jovem podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença.
Importância do acompanhamento médico
Muitos casos de câncer de mama são descobertos em exames de rotina, antes mesmo de qualquer sinal visível. Por isso, manter uma rotina de check-ups e conversar com o seu médico permite:
- Detecção precoce: por meio da mamografia e outros exames complementares;
- Avaliação individualizada do risco: cada paciente tem histórico e características diferentes;
- Acompanhamento de fatores hormonais: em especial em mulheres que fazem terapia de reposição;
- Orientação personalizada: sobre hábitos de vida, prevenção e sinais de alerta.
Não adie consultas preventivas: cuidar da saúde de forma proativa aumenta as chances de cura.
Câncer de mama: informação é poder
Educação em saúde é a ferramenta mais eficaz para reduzir os impactos do câncer de mama na sociedade.
Quando pacientes e familiares estão bem informados, conseguem tomar decisões mais conscientes, buscar ajuda médica no momento certo e adotar hábitos que favorecem o bem-estar.
Busque sempre fontes confiáveis e converse com profissionais especializados. Aproveite para aprofundar seus conhecimentos lendo também os artigos: