Novembro Azul

Novembro Azul: mês da conscientização do câncer de próstata

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A conscientização do câncer de próstata é essencial: este é o segundo tipo de câncer mais frequente entre os homens no Brasil. 

Por isso, iniciativas como o Novembro Azul, campanha mundial dedicada à conscientização sobre a saúde masculina e à prevenção desse tipo de tumor são determinantes. 

Sabemos que a pauta pode ser tabu para uma grande maioria da população masculina. Mas falar sobre o tema é muito importante.  

Ainda hoje, o preconceito e a desinformação fazem com que muitos homens deixem de buscar o médico e realizar exames preventivos. Isso pode atrasar o diagnóstico e comprometer o sucesso do tratamento.  

No entanto, quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de cura e de qualidade de vida após o tratamento. 

Neste artigo, você vai entender o que é o Novembro Azul, como surgiu, qual sua importância, além de conhecer as causas, sintomas, fatores de risco e as principais formas de tratamento do câncer de próstata. Lembre-se: cuidar da saúde também é um ato de coragem. 

O que é o Novembro Azul? 

Você já deve ter percebido que, de uns anos para cá, os meses ganharam cores que representam causas de saúde pública importantes — como o Outubro Rosa e o Setembro Amarelo. 

Essa mobilização começou na Austrália, em 2003, com o movimento Movember (junção das palavras moustache — “bigode” — e November — “novembro”). A proposta era incentivar os homens a deixarem o bigode crescer durante o mês de novembro, chamando atenção para doenças que afetam o público masculino. Caso do câncer de próstata e o câncer de testículo. 

No Brasil, a campanha Novembro Azul ganhou força a partir de 2008, com ações educativas promovidas por instituições de saúde, hospitais, clínicas e empresas de todo o país.  

Hoje, monumentos são iluminados de azul e campanhas de prevenção se espalham nas redes sociais, nos locais de trabalho e nos meios de comunicação. 

E essa atenção é mais do que necessária. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que esse tipo de câncer represente cerca de 10,2% dos diagnósticos de câncer entre os homens brasileiros.  

Esses números mostram porque o Novembro Azul é tão importante. Mais do que um mês simbólico, ele é um lembrete de que conhecer a doença, além de prevenir, diagnosticar cedo e cuidar, faz diferença. 

O que é câncer de próstata? 

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. Sua principal função é produzir parte do fluido que compõe o sêmen, fundamental para a fertilidade. 

Esse câncer ocorre quando há o crescimento anormal e descontrolado das células dessa glândula.  

Com o tempo, essas células podem se multiplicar e formar tumores, que podem pressionar a bexiga e a uretra, dificultando a micção e afetando a função sexual. Em estágios mais avançados, o câncer pode se espalhar (metástase) para ossos e outros órgãos. 

Tipos de câncer de próstata 

Na verdade, ele pode se apresentar de formas diferentes, dependendo das células em que começa a se desenvolver.  

Por isso, conhecer esses tipos é fundamental para entender o comportamento do tumor, as opções de tratamento e o prognóstico de cada caso. 

tipo mais comum é o adenocarcinoma, responsável pela grande maioria dos casos de câncer de próstata. Esse tipo se origina nas células glandulares da próstata, que produzem o fluido prostático — uma substância essencial para a nutrição e o transporte dos espermatozoides. 

O adenocarcinoma tende a ter crescimento lento, e por isso muitos homens convivem com ele por anos sem apresentar sintomas. Em estágios iniciais, o tumor pode ser detectado apenas por exames de rotina, como o PSA e o toque retal.  

Quando identificado precocemente, as chances de cura são muito altas, o que reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Contudo, existem outros tipos de câncer de próstata, menos frequentes, mas geralmente mais agressivos e de evolução rápida. São eles: 

Carcinoma de pequenas células 

Um tipo raro e agressivo, que se desenvolve a partir de células neuroendócrinas (células que liberam hormônios no sangue). Ele costuma crescer rapidamente e, muitas vezes, é diagnosticado em estágios mais avançados, exigindo tratamentos combinados, como quimioterapia e radioterapia. 

Carcinoma de células transicionais 

Esse tipo de tumor se origina nas células que revestem a uretra — o canal que leva a urina da bexiga para fora do corpo — e pode se estender até a próstata. É uma forma menos comum e geralmente está associada a sintomas urinários precoces, como dor ou dificuldade para urinar. 

Tumores neuroendócrinos 

Além do carcinoma de pequenas células, existem outros tumores que se formam a partir de células neuroendócrinas. São incomuns e podem liberar substâncias que alteram o funcionamento de outros órgãos, exigindo um acompanhamento multidisciplinar. 

Sarcomas 

Extremamente raros, os sarcomas da próstata se originam nos tecidos de sustentação da glândula, como músculos ou vasos sanguíneos. Afetam, com maior frequência, homens mais jovens e requerem avaliação médica especializada, pois têm comportamento mais agressivo que o adenocarcinoma. 

Embora o câncer de próstata, na maioria dos casos, tenha crescimento lento, alguns tumores apresentam características genéticas que os tornam mais agressivos. Assim, podem se espalhar rapidamente para outros órgãos, como ossos e linfonodos.  

Por isso, o acompanhamento médico é essencial em todas as fases, desde os exames preventivos até o monitoramento pós-tratamento. 

Além disso, cada tipo exige uma abordagem personalizada, levando em conta fatores como estágio da doença, idade do paciente, estado geral de saúde e preferências individuais.  

Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maiores são as chances de um tratamento eficaz e de uma vida longa e saudável após o enfrentamento da doença. Entenda melhor como identificar os primeiros sinais a seguir. 

Causas e sintomas da doença 

As causas exatas do câncer de próstata ainda não são completamente conhecidas. O que se sabe é que a doença se forma quando mutações no DNA fazem com que as células da próstata cresçam de maneira descontrolada, acumulando-se e formando um tumor. 

Fatores de risco 

Alguns fatores aumentam as chances de desenvolvimento: 

  • Idade: o risco cresce após os 50 anos, sendo mais alto a partir dos 65; 
  • Histórico familiar: ter pai, irmão ou filho diagnosticado com a doença dobra ou triplica o risco; 
  • Raça e etnia: homens negros ou de ascendência africana têm maior probabilidade de desenvolver formas mais agressivas da doença; 
  • Genética: mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 — também associadas ao câncer de mama — aumentam o risco; 
  • Estilo de vida: obesidade, tabagismo, sedentarismo e alimentação rica em gorduras saturadas também podem contribuir. 

Principais sintomas 

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas. Por isso, os exames preventivos para diagnóstico são fundamentais. Quando os sinais começam a aparecer, podem incluir: 

  • Dificuldade ou dor ao urinar; 
  • Vontade frequente de urinar, especialmente à noite; 
  • Fluxo urinário fraco ou interrompido; 
  • Sangue na urina ou no sêmen; 
  • Dor na região lombar, quadris ou pelve; 
  • Disfunção erétil; 
  • Ejaculação dolorosa. 

Vale lembrar que esses sintomas também podem estar associados a outras doenças benignas da próstata, como a hiperplasia prostática (crescimento benigno). Somente o médico urologista poderá avaliar corretamente cada caso. 

Como o câncer de próstata é tratado? 

O tratamento depende de alguns fatores, como: 

  • Estágio da doença; 
  • Idade do paciente; 
  • Histórico clínico; 
  • Agressividade do tumor. 

A boa notícia é que, quando detectado precocemente, as chances de cura são muito altas. Entre as principais opções de tratamento estão: 

Vigilância ativa 

Em casos de tumores de baixo risco e crescimento lento, o médico pode recomendar apenas o monitoramento contínuo. Assim são necessários alguns exames periódicos para acompanhar a evolução do quadro. 

Cirurgia (prostatectomia radical) 

Consiste na remoção total da próstata e, em alguns casos, dos tecidos próximos. Pode ser feita de forma aberta ou por técnica robótica, que é menos invasiva e favorece uma recuperação mais rápida. 

Radioterapia 

Pode ser aplicada externamente ou internamente (braquiterapia). O objetivo é destruir as células cancerígenas, preservando o máximo possível os tecidos saudáveis ao redor. 

Terapia hormonal 

Como o câncer de próstata é estimulado pela testosterona, o tratamento pode incluir medicamentos para reduzir ou bloquear esse hormônio. Em casos específicos, pode-se indicar a retirada dos testículos (orquiectomia). 

Quimioterapia 

Indicada para tumores mais avançados ou resistentes à terapia hormonal. Atua destruindo as células que se multiplicam rapidamente. 

Terapias direcionadas e imunoterapia 

São abordagens mais recentes, que agem de forma personalizada nas mutações genéticas do tumor ou estimulam o sistema imunológico a combater as células cancerígenas. 

Terapia focal 

Em casos muito específicos, técnicas como ultrassom focalizado (HIFU), crioterapia ou ablação a laser podem ser utilizadas para eliminar apenas a área afetada dentro da próstata. 

Em todos os casos, o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar é essencial — composta por urologistas, oncologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Pois é esse time que pode ajudar o paciente a manter qualidade de vida durante e após o tratamento. 

A importância do diagnóstico precoce 

O diagnóstico precoce é o principal aliado na luta contra o câncer de próstata. Ele é feito por meio de dois exames simples: 

  • Dosagem de PSA (antígeno prostático específico): um exame de sangue que mede a concentração dessa proteína produzida pela próstata; 
  • Toque retal: permite ao médico avaliar o tamanho, a textura e a presença de nódulos na glândula. 

Quando o diagnóstico é realizado nas fases iniciais, a taxa de cura ultrapassa 90%. Por isso, a prevenção começa com a consulta médica e o autocuidado. 

Informação é decisiva para a conscientização 

O Novembro Azul é mais do que uma campanha: é um convite para que os homens cuidem de si mesmos e compreendam que saúde não é fraqueza, mas sim um sinal de responsabilidade e amor à vida. 

Afinal, o câncer de próstata pode ser silencioso, mas o conhecimento é a chave para quebrar esse silêncio. Além disso, manter hábitos saudáveis, realizar exames preventivos e conversar abertamente com o médico são atitudes que salvam vidas. 

Quer continuar se informando? Leia também em nosso blog o artigo: 

Remissão do câncer: tipos, cuidados e diferenças em relação à cura 

 

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